Conselho Agro lança campanha ‘Outubro sem tiguera de milho’ e apresenta estudo sobre a cigarrinha do milho

Pesquisadores monitoraram propriedades durante o cultivo do milho e levantaram o comportamento da praga

Fonte: CenárioMT

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Uma ação envolvendo entidades ligadas ao agronegócio busca combater pragas que afetam as lavouras de milho em Lucas do Rio Verde. Ontem, o chamado Conselho Agro lançou a campanha ‘Outubro sem tiguera do milho’. Estão envolvidas na ação o Sindicato Rural, Aprosoja, Fundação Rio Verde, Cearpa e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Lucas do Rio Verde.

Vários produtores rurais participaram do evento realizado na noite desta quarta-feira (21) no auditório do Sindicato Rural. Eles ainda acompanharam a apresentação dos resultados de uma pesquisa sobre a cigarrinha do milho (complexo de enfezamento). A pesquisa foi conduzida pela engenheira agrônoma Emilly Gouveia, da Fundação Rio Verde.

A pesquisadora disse à CenárioMT que o projeto de monitoramento da cigarrinha foi uma parceria da Fundação Rio Verde com Aprosoja e Sindicato Rural. Algumas propriedades foram visitadas e monitoraram o período de cultivo do milho pra identificar se as cigarrinhas encontradas estavam infectadas ou não. “Enquanto ela não estiver infectada, nós não temos tantos problemas”, explica. “Talvez numa condição de alta infestação ela possa causar danos diretos através da sucção de seiva da planta. Mas em relação a transmissão, que é o principal problema que temos visto no cenário Brasil, até hoje temos identificado uma baixa taxa de infecção delas”.

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Armadilhas utilizadas no monitoramento de propriedades em Lucas do Rio Verde (Foto: Emilly Gouveia/FRV)

Controle da praga

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Armadilha com cigarrinhas após uma semana na área (Foto: Emilly Gouveia/FRV)

A pesquisa sinaliza que alguns fatores podem significar perdas sensíveis na produtividade de plantas afetadas pela cigarrinha. Emilly aponta que material sensível de milho, condições climáticas, nível de infestação e manejo inadequado podem resultar em perdas que podem chegar a até 100%.

Emilly Gouveia disse que existem atualmente 37 produtos químicos e 25 de controle biológico. Eles podem ser usados como ferramentas para o controle e eliminação da cigarrinha nas lavouras.

Prevenção

A ação envolvendo as entidades do agronegócio iniciou após a identificação da presença da cigarrinha em propriedades. Nos últimos três anos os produtores constataram o avanço da praga. “É uma praga que por onde passou trouxe muito problema. Em Santa Catarina e Paraná os produtores sofrem muito. Em Goiás e Minas Gerais também. E aqui ainda não deu um reflexo muito grande. Só que estamos preocupados porque é uma praga que por onde passou deixou problema. Estamos tentando nos adiantar”, relatou Thiago Cinpak, membro da diretoria do Sindicato Rural.

Presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos, Paulo Henrique Nuernberg disse que o Conselho Agro tem outras ações previstas a serem realizada. Porém, a primeira é o combate a cigarrinha. “O conselho terá um futuro muito próspero, pois teremos outras demandas, pretendemos trazer cobertura técnica e eventos, englobando os parceiros”, assinalou, acentuando que a ideia é oferecer ferramentas aos produtores para que possam vencer as adversidades que possam trazer prejuízos ao agronegócio.

Tiguera

Durante o evento ‘Sua safra de milho começa agora’ foi lançada uma campanha que pretende manter afastadas pragas das lavouras de milho. Uma delas é a tiguera de milho, a planta guaxa que permaneça nas propriedades após a colheita. Elas passam a ‘competir’ com lavouras plantadas após a colheita do milho. “Elas também são hospedeiras de cigarrinha e também das viroses, das molicutes que são as doenças que serão transmitidas”, observou Cinpak. “A intenção da campanha é incentivar o produtor a eliminar essas plantas que nascem involuntariamente na cultura de soja e, de preferência bem inicial, porque existem dados de que a cigarrinha fica 40 a 50 dias ativas no milho”.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.