Conceito máximo é fato histórico para o IFMT e para o município, diz coordenador de curso de Biotecnologia

Reginaldo Ribeiro diz que avaliação do Ministério da Educação levou em consideração a organização Didática-Pedagógica do curso, corpo docente e a infraestrutura disponibilizada

Fonte: CenárioMT

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A avaliação com nota máxima do curso de bacharelado em Biotecnologia, ofertado pelo Instituto Federal de Mato Grosso em Lucas do Rio Verde é histórico para a instituição e município. A observação é do coordenador do curso no Campus Avançado do IFMT em Lucas do Rio Verde, Reginaldo Vicente Ribeiro.

A visita da comissão de avaliação do INEP/MEC ocorreu entre os dias 12 e 14 deste mês. Foram avaliadas a organização Didática-Pedagógica do curso, o corpo docente e Tutorial e a infraestrutura disponibilizada. A nota 5 emitida pelos avaliadores é a nota máxima que um curso de graduação pode receber. “Nosso curso figura entre os melhores do Brasil”, pontua.

O coordenador reforçou que o curso de Biotecnologia foi escolhido entre outros que poderiam ser implantados pelas características da região. Na época, em 2015, foram levantadas demandas locais e regionais. Até então não havia curso que pudesse formar profissionais para atuar nessa área. “Era uma necessidade, como ainda é e nós já temos três turmas formadas. Mas a partir desta demanda e entendendo toda a capacidade que o Instituto Federal tem, colocamos tudo isso num projeto pedagógico inovador”, destaca Ribeiro.

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O curso de Biotecnologia em Lucas do Rio Verde é o único ofertado em Mato Grosso. No Brasil são apenas 65 cursos de graduação nessa área. Desses, apenas 11 receberam avaliação máxima do MEC. Reginaldo Ribeiro observa que é um curso de graduação relativamente novo. Até 40 a 50 anos atrás as pessoas interessadas em aprofundar conhecimentos nessa área tinham que fazer mestrado ou doutorado. “O que a gente entrega aqui num curso de graduação é algo que muitas vezes outros alunos só verão em mestrado ou doutorado e aqui já tem esse conteúdo na graduação”, ressalta.

Experiências reais

Uma das características mais evidentes do curso é a possibilidade de trabalhar problemas reais locais. Desde o primeiro semestre, os acadêmicos passaram a conhecer algumas realidades e buscar soluções, realizando pesquisas e desenvolver metodologias inovadoras.

Outra situação vivenciada pelos acadêmicos ocorreu durante a pandemia de covid-19. Diante da necessidade de acelerar a realização de exames, a direção do CA do IFMT conseguiu recursos, melhorou seus laboratórios e passou a realizar a análise de exames na própria instituição. Essa iniciativa envolveu professores e acadêmicos. “Levava de 4 a 10 dias a entrega desses resultados e através de captação de recursos do Ministério Público do Trabalho e outras parcerias que fizemos conseguimos reestruturar o laboratório que já tínhamos, ficou ainda melhor (hoje é um dos melhores de Mato Grosso) e passamos a entregar esses resultados em 24  a 48 horas”, comentou Ribeiro.

A preocupação em formar profissionais de excelência levou a coordenação a envolver os acadêmicos em visitas a indústrias e desenvolverem pesquisas em eventos, como a Semana Tecnológica realizada ao longo do curso.

Conforme o coordenador, os trabalhos de conclusão de curso é a pesquisa aplicada em que os formandos são orientados a buscar o que é demanda na própria comunidade.

Ampliação

Recentemente a reitoria do IFMT e o município anunciaram a ampliação do espaço físico da instituição de ensino. A proposta é construir um novo bloco com dez salas de aula e laboratórios, pensando na área de atuação dos cursos de graduação em Biotecnologia e a ampliação do número de vagas. Atualmente, o curso de Biotecnologia conta com quatro turmas e 100 alunos matriculados.

Para ampliar as ações, o IFMT recebeu em doação uma área de pouco mais de 2 hectares que fica ao lado do Campus, no bairro Bandeirantes. A área foi doada pela Fundação Rio Verde de Pesquisas.  “Haverá a possibilidade do nosso projeto de estimular e crescer ainda mais a parte de inovação e tecnologia, com biofábricas pra atender nossa região, os nossos alunos, de maneira ainda mais aplicada com todas essas ações, inclusive na área de biodefensivos, biofertilizantes que é muito forte dentro nosso curso”, assinala.

Na visita ao Campus, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Cidade, Welligton Souto, enalteceu a parceria com a reitoria e direção local do IFMT destacando a importância para que o município seja terra de oportunidades. Segundo Welligton, a qualidade no ensino é a base para que as pessoas encontrem oportunidades em Lucas do Rio Verde. “A inovação brota disso e temos trabalhado bastante esse tema e o IFMT é parceiro nosso”, avaliou.

Retenção de talentos

O secretário reforçou a necessidade de ampliação da estrutura, revelando que o município doou o projeto arquitetônico e de engenharia para a ampliação do campus. “A gente tem total interesse que as coisas deem certo e que o IFMT fique por muitos anos, pois a gente entende que a instituição vai ajudar os jovens a ficarem por aqui e a gente quer uma cidade que tenha a retenção de talentos aqui”, declarou Souto.

Neste contexto, contribui positivamente o índice de empregabilidade dos egressos. Para facilitar a entrada dos estudantes no mercado de trabalho, a coordenação organizou um banco de talentos, em que os formados são diretamente indicados para as empresas. Segundo Reginaldo, 80% dos alunos já trabalham, mesmo antes de terminar o curso, e a maioria está empregada quando termina. “Antes as empresas precisavam buscar de fora, e agora temos profissionais muito bem qualificados aqui. Há um leque muito grande de atuação para o profissional de biotecnologia”, comemora o coordenador.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.