A proximidade do período chuvoso em Mato Grosso deixa o poder público em alerta sobre a dengue. Por causa das chuvas, a tendência é aumentar o número de notificações da dengue, zika e chikungunya. Por este motivo, a Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde voltou a alertar a população sobre cuidados básicos relacionados à prevenção a essas doenças.
Dados divulgados pela Secretaria de Saúde (16) mostram que de janeiro até esta quarta-feira (16) o município registrou 3.608 casos notificados de dengue. Foram confirmados 2.811 casos.
Na tarde de hoje (17) a secretária de Saúde, médica Fernanda Heldt Ventura, voltou a alertar a população. Ela informou que os casos continuam sendo registrados, alguns na forma grave. Lucas do Rio Verde tem dois pacientes internados em estado grave, em UTI. Um deles é um idoso, 60 anos. O outro paciente, uma criança de apenas 11 anos.
“Isso nos preocupa muito e é preciso que a população faça a sua parte”, pontuou. “O mosquito tem ciclo de vida de uma semana. Coloca o ovinho hoje e em uma semana já tem o mosquito. Às vezes a gente olha o nosso quintal uma vez por mês e é pouco, precisa ter cuidado semanal”, acrescentou.
A médica observou que a dengue tem se apresentado de forma mais agressiva. Por isso é importante evitar que haja a presença do mosquito nos bairros.
Além disso, Fernanda Ventura chama a atenção para o período pós-pandemia, em que muitas pessoas acabaram ficando com o organismo de certa forma debilitado e podem ficar mais suscetíveis à contaminação pela dengue.
Dificuldade na vistoria
Na entrevista a imprensa, a secretaria informou que as equipes têm visitado os imóveis para orientar sobre a necessidade de reduzir a infestação. Porém, vários imóveis são encontrados fechados, impedindo que o trabalho seja realizado.
Quando o agente encontra o imóvel fechado, ele deixa um bilhete com o número de telefone para agendar uma visita. “É muito que as pessoas abram suas residências para os agentes de endemias, agentes comunitários de saúde, pra que eles possam fazer o trabalho deles”.
Infestação e fumacê
Um levantamento feito pelos agentes aponta que mais de 90% dos focos de infestação larval é intradomiciliar, ou seja, estão dentro dos imóveis, seja em calhas que retém água após as chuvas ou pequenos recipientes nos quintais. “E cabe a cada um de nós fazer a vistoria no seu quintal. Com o calor que tem feito, os ovos eclodem muito mais rápido. Com isso, a proliferação do mosquito é maior”.
A secretária comentou ainda sobre a realização do fumacê, usado em situações extremas, para controle de mosquitos. “Porém, o fumacê só afeta o mosquito e aonde a fumaça alcança. Como o mosquito se prolifera muito rapidamente a gente não consegue combater o mosquito. O fumacê acaba sendo meramente usado para controle de quantidade de mosquito, porém, insuficiente”, explica.