O número do chamado ‘golpe do intermediário’ tem aumentado consideravelmente neste período da pandemia em Lucas do Rio Verde. São situações em que a negociação de um bem entre duas pessoas acaba sendo intermediada por um terceiro que acaba fazendo as duas como vítimas.
De acordo com o delegado Marcelo Maidame, da Delegacia de Lucas do Rio Verde, o número vem aumentando consideravelmente. Ele disse que em média, são 4 ou 5 golpes que ocorrem por dia. E os valores são bastante elevados. Ontem (94), uma vítima denunciou ter tido prejuízo de R$ 93 mil. Ela transferiu, via Pix, o valor após negociar uma camioneta.
Geralmente o golpe envolve veículos anunciados em sites da internet. O golpista identifica a vítima, mantém contato demonstrando interesse. Ao ganhar a confiança do comprador, ele cria um anúncio com o veículo que pretende ‘comprar’, buscando um interessado. O anúncio que o golpista cria na internet oferece o veículo por um preço bem abaixo do mercado. Com isso, o primeiro vendedor e o comprador passam a negociar com o golpista. “E este estelionatário induz, tanto a pessoa que está comprando o carro, que é a vítima que vai transferir o dinheiro, e com a pessoa que está vendendo”, explicou o delegado.
“Eu gostaria de pedir para a população para que, ao fazer negócios pela internet, pelas redes sociais, verifique a veracidade do fato, não faça o pagamento desses valores, dessa negociação pra terceira pessoa, que não sabe quem seja. Se for pra comprar algum veículo e ter um terceiro intermediário, que se pague esses valores, pra quem está vendendo o carro de fato, não pra terceiro intermediário, um terceiro corretor”, reforçou o delegado. Após o depósito, o intermediador desaparece, bloqueando as vítimas, comprador e vendedor do veículo.
Celeridade
O delegado disse à reportagem de CenárioMT, que é difícil conseguir o ressarcimento dos valores depositados. Em algumas situações até foi possível, após a quebra judicial e ter identificado o autor do golpe. Porém, as penas para essa prática criminosa não são altas. E geralmente os golpistas são de outros Estados. “Nesses casos tem que mandar precatórios, tem toda uma demora”, pontuou.
Caso a pessoa seja vítima do chamado golpe do intermediário, a orientação é que procure a polícia imediatamente. “Porque a celeridade nesses golpes é de suma importância, porque a gente entra em contato com os setores de antifraudes dos bancos e a gente ainda consegue recuperar alguns valores. Muito raro, mas a gente consegue”, explicou o delegado.
De olho nos valores
A orientação é que as pessoas fiquem atentas aos valores anunciados nas vendas de veículos. Em meio a pandemia, o mercado de automóveis está valorizado, o que evidencia que oferta de veículos com preços baixos sugere a aplicação de golpes. “Ninguém está fazendo milagres. O consumidor ou pessoas que estiverem negociando veículos pelo Facebook, acredite: Ninguém está fazendo milagres, então o veículo tem que se vendido no valor de mercado. Desconfiem de veículos com valores que não correspondem ao valor de mercado e, principalmente, se houver uma terceira pessoa negociando”, destacou.
“Gostaria de pedir às pessoas que acompanham estas explicações que estou fazendo, que compartilhem com amigos, familiares, porque tem muitas pessoas desavisadas que se interessam por veículos, simplesmente pela beleza da foto, dentro um Facebook, uma rede social e já vai negociando com a pessoa, que não sabe quem é, e vai transferindo o dinheiro. Tenha muita atenção pra não cair em golpe”, concluiu.