A fase eliminatória do festival Canta Lucas, realizada na tarde de sábado (13), no auditório do Paço Municipal, definiu os dez concorrentes que disputarão a fase final que acontecerá durante as comemorações do aniversário de 31 anos de Lucas do Rio Verde, na primeira semana de agosto. Matheus Cassemiro, Grazielli Melita, Ana Heller, Lívia Marcolan Lucas e Larissa Pelissari são os cinco candidatos classificados da categoria kids (8 a 14 anos). Da categoria livre (acima de 15 anos), classificaram-se Junior Barrantes, Davi Dias, Alcione Estácio, Ivan Gleidton e Victoria Fernandes.
Segundo o secretário municipal de Cultura, Ruam Villas Boas, este ano o Canta Lucas reuniu um número maior de participantes, inclusive atraindo cinco concorrentes de fora do município. Ao todo, foram 13 candidatos na categoria kids e 26 na categoria livre. “O Canta Lucas é hoje um festival reconhecido no estado, fizemos alguns ajustes em relação ao ano passado e conseguimos torná-lo ainda mais grandioso. Como deu para perceber, o nível dos candidatos foi superior ao do ano passado e a final, marcada para o dia do aniversário do município, deve ser dureza”, avalia.
Faltava poucos minutos para o festival começar e o entra e sai no Auditório dos Pioneiros evidenciava a enorme tensão e ansiedade que tomava conta da maioria dos concorrentes que logo mais seriam chamados ao palco. Enquanto uns faziam exercícios vocais e outros ensaiavam de maneira comedida, tentando encontrar o tom mais adequado, teve aquele que resolveu soltar a voz a plenos pulmões dentro do banheiro.
Primeira candidata a se apresentar, Ana Heller, de 11 anos, nem parecia a mesma menina que no ano passado saiu frustrada do Canta Lucas. Ao lado de João Pedro de Brito Félix, de 13 anos, seu acompanhante no violão, afugentou seus medos e tratou de garantir seu lugar na final. Ana veio de Cuiabá e mora em Lucas desde 2014. Vencedora de um festival da Escola Municipal Eça de Queirós, ela comemora a classificação depois da participação abaixo de sua expectativa no ano anterior. “Não consegui encontrar o tom adequado para a música que escolhi na edição passada. Agora, com mais treino e o auxílio de minha professora de canto, subi ao palco mais empolgada do que nunca”, conta.
Também classificada, a luverdense e prenda mirim do CTG Sentinela da Tradição, Lívia Marcolan Lucas, de 13 anos, interpretou “A Pandorga”, música regional do Sul do país, com a qual havia conquistado o segundo lugar no rodeio tradicionalista realizado este ano em Tangará da Serra. “Graças a Deus deu tudo certo e vou participar da final. Mas o meu coração estava bastante acelerado”, confessa.
Outra intérprete do cancioneiro gaúcho, com a música “Grão após grão”, Grazielli Melita Flach, de 12 anos, é natural de Santa Catarina e reside em Lucas do Rio Verde desde os três anos. Mesmo sendo a vencedora do festival de Tangará da Serra, antes de ser convocada para o palco também não estava tranquila. “Estou com muito medo de errar. Mas quando chegar lá vou dar tudo de mim”, disse.
Sem nunca ter feito aula de canto, Alcione Estácio Nunes dos Santos, de 28 anos, diz ter como experiência apenas a participação em um festival no Maranhão. Garantida na final com a interpretação da música “Quando a chuva passar”, de Ivete Sangalo, Alcione tem catarata congênita e apenas 10% de visão. “Meu coração está a mil. Gosto de música desde criança. Ela vem de dentro e é como se fosse a minha alma falando, uma forma de dizer o que estou sentindo”, destaca.
O corpo de jurados formado pelo músico e secretário de Cultura, Ruam Villas Boas, o cantor Rick Nunes, a professora de música Elizangela Muniz, o professor de música Jamerson Secchi, e o músico Joeligton Nascimento, levou em conta a interpretação (apresentação do candidato em palco), afinação (canto no tom correto), ritmo (interpretação no tempo correto das partes da música) e dicção (pronúncia correta das palavras).
Serão premiados os três primeiros colocados em cada categoria: troféu e R$ 1.500,00 para o 1º lugar, troféu e R$ 1.000,00 para o 2º lugar e troféu e R$ 500,00 para o 3º lugar.