A Câmara de Lucas do Rio Verde está encaminhando um ofício ao governador do Estado, Mauro Mendes, para endossar o apoio contra a Moratória da Soja. Definida pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a medida impede a venda de soja de produtores mato-grossenses que legalmente abriram novas áreas de terra a partir de 2008.
Segundo o presidente em exercício, Daltro Figur, a situação irá prejudicar os produtores de Lucas do Rio Verde, por isso, a Câmara decidiu enviar o ofício para reforçar o apoio contra a medida. A decisão também leva em consideração a reunião realizada ontem no Legislativo luverdense, em que representantes da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT) expuseram aos vereadores os efeitos da moratória.
“É uma imposição estranha que está sendo implantada pelo mercado. Isso afeta uma grande quantidade de produtores de soja. É uma situação delicada, que tem que ser olhada, porque temos um Senado e uma Câmara dos Deputados e essas imposições vêm de cima para baixo e ninguém fala nada. Tivemos a presença do ministro da Agricultura aqui em Lucas na semana passada e não vi nenhuma manifestação dele a respeito desse assunto. É algo preocupante”, afirmou Daltro.
No ofício, é proposto ao governador que revogue e também oriente gestores municipais para revogarem benefícios de empresas signatárias da moratória. Além disso, sugere a apresentação de uma denúncia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) por “exercício abusivo de posição dominante, uma vez que aproximadamente 95% da soja produzida no Estado passa pelas empresas associadas às entidades que firmaram esse acordo”.
O ofício também propõe que sejam organizadas missões internacionais “para atrair novas empresas comerciais exportadores, que não façam parte desse pacto, em especial os compradores chineses”. O documento a ser encaminhado ao governador leva a assinatura de todos os vereadores.