Pequena, Meg, Dara, Branquinha, Dobby e Princesa: esses são alguns dos animais resgatados pela protetora de Lucas do Rio Verde, Sandra Baptista, integrante da ONG S.O.S. Animais. Segundo as protetoras atuantes no município, o processo de busca por um lar para adoção dos animais resgatados tem sido mais fácil, já que agora eles são castrados antes de irem para a nova casa.
Desde janeiro deste ano, a Unidade Permanente de Castração (UPC), administrada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, está em funcionamento e vem ajudando as pessoas voluntárias da causa animal a conseguirem um lar com mais facilidade para os animais resgatados e a ampliar o apoio que já vem sendo realizado.
Conforme o último relatório expedido pela UPC, mais de 250 animais já foram atendidos pelo projeto de castração, incluindo animais abandonados, ONGs e tutores de baixa renda comprovada.
Em uma das histórias de resgate, por exemplo, Sandra relembra o caso da cadela Dara, que o antigo dono faleceu e ela acabou ficando sozinha na casa, que estava à venda. Ela soube do animal por meio de vizinhos, que solicitaram ajuda da protetora.
“Esse projeto é um marco na causa animal para qualquer cidade. Todo o trabalho está sendo muito bem feito. A castração é algo que vem de muito tempo, de conseguir castrar esses animais de rua. Lucas do Rio Verde já está sendo exemplo para a causa animal”, contou a defensora.
Ela destaca que, apesar do trabalho de resgate ser muito importante, também é preciso que a população tenha responsabilidade sobre seus animais. “Muitos jogam suas cadelas na rua quando entram no cio. Por isso acontece o que está acontecendo. Se não houver colaboração da população, continuaremos a enxugar gelo”, apontou Sandra.
A manicure Ligia Wingert concilia a profissão com o trabalho de protetora, que realiza há cerca de cinco anos em Lucas do Rio Verde. “Eu era sozinha, fazia o que dava, sempre postava nos grupos, até que gente se juntou e a resolvemos fundar a S.O.S.”, contou.
Foi através da UPC que ela conseguiu castrar cerca de dez animais, sendo que cada um deles fica sob responsabilidade do protetor a partir do momento em que é resgatado, no processo da cirurgia e de recuperação, até que consiga um lar definitivo.
“Antes da UPC, a gente se sentia secando gelo, pois no outro dia já tinham ninhadas abandonadas. Com o projeto temos esperança que isso vá melhorar a longo prazo. O nosso grande ‘problema’ é animal adulto, quase ninguém quer, mas, quando fala que está castrado e vacinado, as pessoas se interessam. Muitos animais adultos só consegui doar porque eles estavam castrados. Com isso estamos conseguindo mais lares”, afirmou Ligia sobre as adoções.
Realizando o trabalho junto à ONG, elas relatam que alguns bairros da cidade apresentam maior incidência nos casos de abandono de animais, são eles: Vida Nova, Veneza, Jaime Seiti Fujii, Parque das Américas e Rio Verde.
“Ser protetora não é uma escolha, costumo dizer que a gente nasce para isso. Tem situações que pessoas dizem normais, que passaria batido, mas aos nossos olhos a gente se compadece muito porque animal também sente, seja frio, fome. Muita gente acha que a gente tem obrigação, mas não temos nenhuma. A gente faz por amor mesmo”, completou Ligia.
Saiba mais sobre o projeto de castração no site: https://www.lucasdorioverde.mt.gov.br/site/secretaria-conteudo/?text=agricultura-e-meio-ambiente&cod=cad-castracao