Os municípios de Tapurah e Nova Mutum, no norte de Mato Grosso, ocupam o 5º e o 6º lugar no ranking de cidades com a maior população jovem do país. Os dados são de uma projeção feita no Atlas das Juventudes, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e outras instituições.
De acordo com o Atlas, os dois municípios perdem apenas para Pracinha (SP), Reginópolis (SP), Balbinos (SP) e Barcelos (AM).
Em Tapurah, 34,5% da população são jovens entre 15 e 29 anos. Em Nova Mutum, o índice é de 34,4%. O município com a maior população jovem do Brasil, Pracinha (SP), tem índice de 48,2%, ou seja, quase metade dos habitantes do município são jovens entre 15 e 29 anos.
O índice das duas cidades está bem maior que a da capital, onde 25,59% da população é jovem.
Os três próximos municípios mato-grossenses que aparecem no ranking nacional são:
- Lucas do Rio Verde, em 13º lugar no ranking nacional, com 33% da população sendo jovem.
- Ipiranga do Norte, em 29° lugar no ranking nacional , com 31,8% da população sendo jovem.
- Santa Rita do Trivelato, em 62° lugar, o ranking nacional, com 31% da população sendo jovem.
Já no ranking estadual, Tapurah e Nova Mutum estão em 1º e 2º lugar, respectivamente.
Os dez municípios com maior índice de jovens em Mato Grosso são:
- Tapurah (34,5%)
- Nova Mutum (34,4%)
- Lucas do Rio Verde (33%)
- Ipiranga do Norte (31,8%)
- Santa Rita do Trivelato (31%)
- Sapezal (30,8%)
- Campo Novo do Parecis (30,2%)
- União do Sul (30%)
- Nova Olímpia (29,8%)
- Sorriso (29,6%)
Outros 101 municípios têm maior taxa de jovens que a capital, segundo o estudo. Com 25,59% de taxa de juventude, Cuiabá está em 102º lugar no ranking estadual e em 2.156º no ranking nacional.
Já os dez municípios com o menor índice de jovens em Mato Grosso, que estão inclusive com a taxa abaixo da média estadual, são:
- Ponte Branca (20,21%)
- Curvelândia (20,28%)
- Torixoréu (20,72%)
- Araguainha (20,77%)
- Vale de São Domingos (20,81%)
- Glória D’Oeste (21,19%)
- Barão de Melgaço (21,33%)
- Campinápolis (21,35%)
- Indiavaí (21,43%)
- Planalto da Serra (21,57%)
O Atlas também mostra um redução na população jovem em cinco anos nos municípios e nos estados.
Segundo o estudo, ter uma grande fatia da população em idade de trabalhar é uma condição favorável para elevar a renda per capita da região.
A projeção de redução da população jovem nos próximos 40 anos e o fim antecipado do bônus podem até contribuir um pouco para que o país consiga voltar a gerar empregos em um número suficiente para absorver a mão de obra disponível nos próximos anos.
“Se isso acontecer, poderemos voltar à discussão mais confortável sobre os riscos de uma falta de mão de obra no país. Seja qual for o cenário econômico, a necessidade de qualificar melhor a mão de obra jovem persiste”, diz trecho do estudo.
O Atlas das Juventudes aponta que, em 2009 o ápice de jovens foi atingido e desde 2014, passou a diminuir lentamente ano após ano.
Os demógrafos acreditam que esse número passe a cair mais rapidamente a partir da próxima década.
Perfil dos jovens
As pesquisas domiciliares permitem destacar algumas características e situações mais frequentes entre os jovens.
A ‘taxa de juventude’ é bem maior do que a média, por exemplo, nos domicílios que têm telefone celular e computador com internet, mas é muito menor do que a média entre os possuidores de telefone fixo e aparelho de rádio.
Quando trabalham, os jovens raramente contribuem para a previdência. A taxa de juventude sobe entre os que são empregados de alguém sem carteira assinada e cai entre os servidores públicos e os empreendedores, sejam os que empregam outras pessoas ou mesmo os que trabalham por conta própria.
É mais raro encontrar jovens entre os dirigentes de empresas, mas é fácil encontrá-los entre os que atuam em ocupações técnicas de nível médio. Os jovens de hoje tornaram-se raros em serviços domésticos e atividades agrícolas, assim como são na administração pública.
Por outro lado, é mais fácil vê-los em serviços administrativos, comércio, forças armadas, alojamento e alimentação, indústria de transformação, reparação e manutenção ou construção.
A taxa de juventude é mais alta entre as pessoas na metade da população com menor renda domiciliar per capita.
É mais fácil encontrá-los e morando nas favelas em domicílios com nenhum ou no máximo um banheiro. Por outro lado, domicílios com motocicleta têm alta taxa de juventude.
Os números da pesquisa detalham esses traços e mostram como alguns deles têm mudado ao longo do tempo.