Os problemas da saúde indígena no Brasil têm se alastrado devido à pandemia da Covid-19. Os casos tem se mostrado cada vez mais notórios e expõe a fragilidade que as etnias passam devido a falta de estrutura e até cuidados. Em Mato Grosso, aldeias Xingu e Xavantes já perderam alguns membros devido a doença e essa semana um dos caciques do estado por pouco não perde a vida por falta de transporte da longínqua aldeia até uma cidade com estrutura de UTI.
O caso aconteceu com o cacique Yawalapiti Aritana, uma das principais lideranças do Parque Indígena do Xingu. Ele enfrenta problemas respiratórios e foi diagnosticado, a partir dos sintomas, com Covid-19. Com cerca de 70 anos de idade e hipertenso, seu estado de saúde preocupa familiares e apoiadores dos indígenas do Xingu.
Por falta de unidades intensivas para cuidar de pacientes no Araguaia, a população indígena e da própria região enfrenta milhares de quilômetros até chegar em Canarana, Água Boa ou Barra do Garças. Para o ano de 2021 o governador Mauro Mendes já definiu que será construído um hospital para todas as terapias em Porto Alegre do Norte, no baixo Araguaia. A pedra fundamental da obra foi lançada em 2015, porém nenhuma parede da obra foi levantada. Com isso, o povo indígena sofre sem ter onde buscar ajuda.
O atendimento para o cacique Aritana aconteceu com muitas dificuldades em Canarana, onde ele permanece internado. A cidade conta com cinco UTIs e após o agravamento do quadro de saúde dele, teve que ser entubado e permanece internado.
O indígena tem 71 anos e é campeão de luta estilo greco romana, porém praticada apenas entre aldeias. Ele se tornou líder na sua aldeia por meados dos anos 1980. Ele, assim como o líder indígena Raoni, que ficou internado por uma semana no Hospital de Sorriso, também luta pela preservação da natureza e na defesa dos povos indígenas.