Subir na bike e empunhar a bandeira da não violência contra as mulheres e das relações afetivas harmônicas e equilibradas entre os sexos é o mote da Pedalada do Laço Branco, que acontece no próximo sábado (05), com concentração na Praça dos Carreiros às 7h30 e saída às 8 horas. Aqueles que desejarem abraçar a causa podem aproveitar a oportunidade e seguir o fluxo montados em sua bicicleta, já que não haverá inscrição.
Extensivo a homens, mulheres e crianças, o ato é organizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em parceria com as Secretarias Municipais de Promoção e Assistência Social e de Transporte e Trânsito (Setrat), a Defensoria Pública, a Delegacia da Mulher, a Polícia Militar (PM), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Vara da Violência Doméstica, a Cadeia Feminina, a Pastoral da Mulher Marginalizada, o Movimento Negro, os Serviços Social do Transporte e Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), a Ciclo Sport Bicicletas, a Rondonetto Transportes, além das Rádios Shalom, 105 FM, Centro América e SBT e, ainda, da TV Centro América e dos sites Agora MT e Gazeta MT.
“A Campanha do Laço Branco sustenta que o relacionamento a dois deve ser pacífico, baseado no respeito, na amizade e na confiança mútua”, enfatiza a assistente social e profissional responsável pelos programas de combate às diversas formas de violência na sociedade da SMS, Edna Rodrigues.
Antecipada para o sábado, já que o Dia do Laço Branco cai no domingo – 06 de dezembro –, a pedalada ocorre um dia antes para atingir um público maior, como esclarece Edna: “Os organizadores optaram por adiantar a pedalada porque o comércio está aberto no sábado e, assim, há mais pessoas nas ruas, nos permitindo evidenciar a causa de forma a ampliar a população para a qual vamos levá-la”.
Integrando as mobilizações dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Pedalada do Laço Branco terá como percurso, após sair da Praça dos Carreiros, a Avenida Marechal Rondon, seguindo pela Rua Arnaldo Estevão, Avenida Bandeirantes, Rua Aeroporto, Avenidas Frei Servácio, Presidente Médici e Ary Coelho e, então, passando pela Rua Rosa Bororo, Avenida Ponce de Arruda, Rua Fernando Corrêa e Avenida Marechal Rondon até chegar ao Cais. Dali, se encaminha à Avenida Dom Wunibaldo em direção à Rua Poxoréo e, na sequência, à Avenida Amazonas para, por fim, retornar à Praça dos Carreiros.
Toda a rota será acompanhada por uma ambulância da SMS, oferecendo segurança aos ciclistas para o caso de qualquer eventualidade. Ao final do passeio, os participantes vão poder degustar uma variedade de frutas servidas pela equipe realizadora da ação.
POR RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS
Em 1989, o jovem canadense Marc Lépine, de 25 anos, abriu fogo contra mulheres da Escola Politécnica de Montreal, onde funcionava uma faculdade de engenharia, matando 14 delas e deixando mais dez feridas. Em seguida, se suicidou. Inconformado com mulheres que trabalhavam em empregos não tradicionais, em sua carta de suicídio, Lépine classificou sua atitude como combate ao feminismo e atribuiu seu comportamento ao tormento que, segundo ele, as feministas causavam em sua vida.
Diante do Massacre de Montreal, como ficou conhecido, homens canadenses se revoltaram e, para demonstrarem sua reprovação em relação à atitude de Lépine e que se opunham a qualquer tipo de desigualdade e a agressão contra as mulheres, além de manifestarem a convicção de que relações entre os sexos construídas sobre valores como zelo, companheirismo e cumplicidade são possíveis, criaram a Campanha do Laço Branco.
Ganhando notoriedade mundo afora, o movimento se expandiu e, com a adesão de diversos países, se tornou uma mobilização internacional que acontece todo ano em 06 de dezembro – data em que ocorreu o feminicídio.
ONDE DENUNCIAR
Tanto a vítima de violência quanto alguém que saiba da agressão podem fazer a denúncia, já que, segundo Edna, nem sempre a mulher encontra forças para procurar apoio e se libertar do elo doentio que a prende ao agressor. “A denúncia pode ser anônima. Porém, se a pessoa sabe ou desconfia que a violência está acontecendo, é importante comunicar à polícia para que a situação seja investigada”, orienta a assistente social.
Há vários locais onde a denúncia pode ser feita, tanto de forma presencial como por telefone. Na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM), o atendimento ocorre presencialmente na Rua Armando Farjado 372, Vila Aurora, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30 – sem fechamento no horário de almoço – ou pelos telefones 3423-1133/1754. Outro canal disponível para comunicação com a DEDM é o WhatsApp 9 9954-5213.
Já o Conselho da Mulher fica na Avenida Tiradentes 1.904, Centro e está aberto das 7h às 11h e das 13h às 17 horas, durante a semana. O número para quem preferir ligar é 3411-5005.
Também é possível denunciar na Central de Atendimento da Secretaria Nacional de Política para Mulheres pelo 180 ou, ainda, pelo 190 da Polícia Militar e pelo 197 da Polícia Civil.