A Justiça de Mato Grosso concedeu ao pai, que é índio de outra etnia, a guarda provisória da bebê indígena que foi enterrada viva pela bisavó, em junho do ano passado, em Canarana, a 838 km de Cuiabá. A decisão do dia 13 de junho foi confirmada pelo Ministério Público Estadual (MPE).
A criança estava sob a guarda da Fundação Nacional do Índio (Funai) até que todo o processo fosse concluído. Em setembro do ano passo, Justiça solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade e decidir sobre a guarda da criança.
De acordo com o promotor Matheus Pavão de Oliveira, o resultado do exame foi positivo e comprovou a paternidade.
Na época do fato, quando soube que a recém-nascida tinha sido enterrada viva, o pai já havia manifestado a intenção de ficar com a criança. O indígena afirmou que não sabia da gravidez.
Ainda segundo o promotor, um estudo psicossocial e antropológico foi realizado para avaliar quem teria condições de receber a menina que, atualmente, tem um ano.
“O estudo demonstrou que, caso a guarda fosse concedida ao pai, não haveria nenhum prejuízo para a identidade e a segurança da criança”, explicou ele.
Ele explicou também que o MPE fez um pedido à Casa de Saúde do Índio (Casai) para que o acompanhamento médico que a menina faz seja readequado e não comprometa o tratamento.
“Com relação a essa solicitação, não obtivemos resposta ainda, mas esperamos que não haja problema, pois apesar de não apresentar sequelas, ela precisa de acompanhamento, diante da gravidade do processo que enfrentou”, declarou.
O pai de Analu mora em uma comunidade indígena em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá.