O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Tadeu Rodrigues, determinou nessa quarta-feira (19) o compartilhamento de provas e depoimentos apresentados durante as investigações das interceptações telefônicas no âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso com as corregedorias de Justiça do estado e do Ministério Público Estadual e com o responsável pelo inquérito policial que apura o escândalo que ficou conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.
Os documentos encaminhados aos órgãos devem ser usados nos processos administrativos que apuram a conduta da juíza aposentada Selma Arruda, que é senadora pelo Podemos, e de promotores, nas operações ‘Arqueiro’ e ‘Ouro de Tolo’.
As duas operações investigam suposto desvio milionário da extinta Secretaria Estadual de Assistência Social (Setas) entre 2011 e 2014. Roseli Barbosa, ex-primeira dama de Mato Grosso, foi presa em 2015 suspeita de liderar o esquema de desvio. Ela era secretária da pasta na época.
A determinação do juiz foi dada depois de uma audiência de um dos réus da “Operação Arqueiro”, o empresário Nilson da Costa e Faria, que também foi preso em 2015 quando foi deflagrada a operação.
A defesa do empresário pediu o compartilhamento de provas das duas operações citadas, para verificar suposta ilegalidade das interceptações realizadas no processo.
“Anoto que o pleito das Defesas merece prosperar, com base no princípio da busca da verdade real e para se evitar cerceamento de defesa”, diz trecho da decisão judicial.
Nas declarações prestadas por Gerson Correia, durante seu depoimento no última quinta (13), ele relatou possíveis irregularidades praticadas por promotores e pela juíza no âmbito das operações.