A ex-funcionária da Santa Casa de Cuiabá Ruth Martins, de 50 anos, faz bico como diarista para custear as despesas da casa. Ela está entre os servidores da unidade que não recebem salários há sete meses. Sem dinheiro, a energia elétrica da casa dela chegou a ser cortada.
Em crise financeira, a Santa Casa fechou a porta há quase dois meses. Para tentar resolver o problema, o governo do estado assumiu a unidade por força de um decreto de requisição de bens e equipamentos.
Por tempo indeterminado, o Executivo ficará responsável pela unidade. A dívida dos salários atrasados, entretanto, será resolvido na Justiça do Trabalho.
A situação, para quem aguarda a solução gera dúvidas e incertezas.
“É tanta promessa de políticos que não tenho mais esperança de receber. Essa questão está nas mãos deles. Faço faxina, diária e tenho uma filha que me ajuda. Se não fosse isso, não sei o que seria”, contou Ruth.
Ela trabalhou por três anos como cozinheira da Santa Casa. A função e o local de trabalho eram motivos de orgulho para ela. Atualmente, em férias coletivas, resta a decepção.
“Tinha muito orgulho de trabalhar lá e da Santa Casa, que é um patrimônio. Tanta gente já foi ajudada ali, minha família inclusive já foi tratada lá. Mas hoje não resta nada, porque acabou”, declarou.
Sem receber pelo trabalho prestado, a ex-funcionária passa por apertos financeiros. Entre eles, a energia elétrica que, recentemente, foi cortada e o aluguel que junto com o pagamento está atraso há sete meses.
“Minha energia foi cortada e peguei dinheiro emprestado para pagar. Dei meu jeito. Mas a minha vida virou uma bola de neve. Nem se eu receber dois meses agora eu consigo quitar minhas contas, meu aluguel”, disse.
Redução no quadro
Segundo o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, o número de funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá deve ser reduzido em até 40% com a gestão estadual.