Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o deputado bolsonarista Gilberto Cattani (PL) sendo hostilizado durante visita a Itanhangá, região norte de Mato Grosso, no início da semana. Cattani integrou comitiva com o secretário Nacional de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia.
Cattani denunciou que um dos lotes do assentamento agrário Itanhangá havia sido invadido por integrantes de movimento social. Ali, cerca de 190 famílias criaram o acampamento Nova Aliança. A denúncia motivou a ida de Nabhan ao local.
A comitiva estava acompanhada de policiais militares. Eles acabaram intervindo para evitar que o clima hostil acabasse em agressão.
O vídeo mostra Cattani e os demais integrantes da comitiva deixando local. Os ocupantes do acampamento criticaram Cattani, dizendo que o parlamentar age contra eles, não sendo bem vindo ao acampamento Nova Aliança.
Honra
Procurado por CenárioMT, Gilberto Cattani confirmou o ocorrido. Ele declarou que o pessoal ocupa um dos lotes do projeto agrário de forma irregular. O parlamentar achou normal o comportamento das pessoas que estão no local, uma vez que ele foi o autor de denúncia junto ao Ministério Público Federal.
“Obviamente eles não iriam gostar e acharam ruim. E isso me deixa até orgulhoso. Porque quando um invasor de terra não gosta de mim, eu sei que eu estou no caminho certo”, declarou.
Segundo Cattani, a vista teve como objetivo verificar in loco a situação dos assentados do projeto Itanhangá. “Eles estão assustados. Existe uma determinação pra uma retomada lá, pela justiça, de pessoas que, inclusive, já tem sua escritura, uma coisa arbitrária, toda desajustada, decisão que não procede, as pessoas não tiveram direito de defesa”, avaliou.
Ainda conforme o parlamentar existe uma ação judicial contra os parceleiros que foi iniciado o projeto Itanhangá, em 1995.
Gilberto criticou o movimento que segundo ele invadiu um dos lotes e montou o acampamento. “Inclusive, com autorização e o aval do próprio Incra da época”, acusou.
Ele concluiu dizendo que o objetivo é tentar ajudar os agricultores que foram alocados originalmente no projeto agrário. “Ajudar quem tem direito, não quem está invadindo. Na verdade, esses movimentos sociais falam em reforma agrária, mas eles não têm absolutamente nada a ver nem com a reforma agrária e nem com agricultura. Não passam de terroristas que levam o terror para o campo”.