Os novos exames laboratoriais do líder do povo Kayapó, Raoni Metuktire, de 89 anos, indicaram evolução em no quadro clínico com estabilidade na arritmia, segundo o boletim médico divulgado no início da tarde desta quinta-feira (3) pelo Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, onde o indígena está internado.
Raoni está internado há cinco dias após ser diagnosticado com coronavírus (Covid-19). Segundo o boletim médico, ele segue com a fisioterapia respiratória, para melhorar a capacidade respiratória e remover secreções, e foi suspenso o uso do cateter nasal.
Raoni deve realizar ainda hoje um exame de ecocardio e nova tomografia torácica para avaliar o coração e pulmões.
Raoni está sendo tratado com anticoagulante, corticoide e fisioterapia respiratória.
Internações
Na última sexta-feira (28), o cacique foi internado com diagnóstico de pneumonia pela equipe médica de sua aldeia, localizada no Parque Indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso.
Passou inicialmente por exames laboratoriais e de imagem que indicaram Covid-19, já na fase inflamatória da doença. Raoni foi tratado com anticoagulante, corticoide e antibióticos, de acordo com o protocolo do hospital.
Em julho, o cacique já havia sido internado após passar mal, em um hospital de Colíder. Dois dias depois, ele foi transferido de avião para Sinop com complicações gastrointestinais e desidratação.
Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, Bekwyjkà Metuktire, no dia 23 de junho, há um mês. Ela tinha diabetes e sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Raoni recebeu alta médica nove dias depois.
Histórico
O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).
Os dois se reencontraram em 2009 na cidade de São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte.
Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.
No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de “peça de manobra” usada por governos estrangeiros para “avançar seus interesses na Amazônia”.
A declaração ocorreu após o cacique se encontrar com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia.