O Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento de Mato Grosso (Condeprodemat) aprovou, na sexta-feira (04.10), a concessão de incentivo fiscal à produção de mourões de cerca a partir do resíduo de teca. Anteriormente utilizado como lenha e combustível para caldeiras, o resíduo dessa madeira agora será aproveitado de forma inovadora, mais sustentável e lucrativa. A iniciativa foi proposta pela TRC Teak Resource Co., localizada em Cáceres, a maior empresa de plantio privado de teca do mundo, e que exporta para cerca de 15 países, por meio da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
A reunião do Condeprodemat, presidida pelo secretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Cesar Miranda, aprovou a inclusão do novo produto no mesmo regime fiscal já aplicado a serrarias. O presidente da Fiemt, Silvio Rangel, que faz parte do Conselho, participou da reunião.
O mourão de eucalipto, que já possui incentivos fiscais, foi a base para estender o benefício ao mourão de teca. O novo produto será produzido a partir do aproveitamento da madeira que, atualmente, seria destinada à queima (cavaco). A madeira passará por um processo de descascamento e padronização sem tratamento químico, resultando em mourões de cerca com durabilidade superior ao eucalipto.
A teca é uma madeira tropical altamente valorizada, muito utilizada em mobiliário e produtos de luxo, o que torna seu uso como lenha um desperdício de seu grande potencial econômico. A TRC, com mais de 30 anos de experiência, é reconhecida internacionalmente por gerir a maior plantação privada de teca do mundo, operando de forma sustentável e com foco nos padrões ESG (Ambiental, Social e Governança).
A iniciativa não só promove a sustentabilidade ambiental, mitigando a busca por madeiras de espécies nativas e contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa até 2035, como também deve gerar 35 novos empregos diretos e outros tantos indiretos. Além disso, a durabilidade da teca, que aos 20 anos de plantio já possui 95% de cerne, dispensa tratamentos químicos, algo necessário para outros produtos, destacando-se ainda mais como uma solução ecológica.
Com a aprovação do incentivo fiscal, a TRC espera reduzir o impacto dos impostos, que representam cerca de 40% do custo de produção, tornando viável a produção de mourões de cerca in natura de teca.