A associação indígena Kĩsêdjê (AIK), que representa índios de Querência, a 912 km de Cuiabá, foi vencedora do Prêmio Equatorial 2019, dado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para soluções de desenvolvimento sustentável locais e indígenas. A premiação é feita a cada dois anos.
Ao todo, a ONU recebeu 847 candidaturas de 127 países e premia apenas 22 desses projetos.
O prêmio será entregue em uma cerimônia, que deve ser realizada em Nova York, em setembro deste ano.
O grupo de índios é responsável pela produção de óleo de pequi na Terra Indígena Wawi e iniciou a produção depois de retomarem as terras, antes invadida por fazendeiros.
Em 2018, 6.200 hectares foram desmatados na região por fazendeiros, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
A Terra Indígena, homologada em 1998, fica na bacia do rio Pacas e foi recuperada com os plantios de pequizais, que produz alimento para a comunidade e gera renda sustentável.
No ano passado, a safra de pequi rendeu um recorde de produção para os Kĩsêdjê, com 315 litros do óleo. A época do pequi é entre outubro, novembro e dezembro.
As frutas são coletadas em mutirão pelos indígenas. Homens e mulheres se reúnem e enquanto alguns buscam em áreas próximas à aldeia, outros recebem e cortam o pequi, separam polpa e semente em grandes bacias de metal.
Em seguida o pequi é cozido rapidamente, despolpado e batido vigorosamente para extrair o óleo, que é posteriormente decantado por dias e filtrado antes de ser engarrafado.
Este ano a produção dos índios deve passar a ser exportada para uma empresa nos Estados Unidos.