Na manhã deste sábado (25), por volta das 10h35min, a guarnição de serviço da 13ª CIBM de Lucas do Rio Verde-MT foi acionada para atender uma ocorrência de incêndio em armazém, numa propriedade rural localizada na MT-485, km 35, no município de Sorriso-MT.
Inicialmente, deslocaram-se o ABT-201 e a UR-411. Logo em seguida, foram acionados três bombeiros militares por meio do plano de chamada, os quais atenderam imediatamente o chamado e se deslocaram com a viatura UNO-349 a fim de reforçarem o efetivo nesta ocorrência de vulto.
Ao chegar no local, a guarnição constatou se tratar de um incêndio em secador, o qual apresentava muita fumaça e temperatura interna altíssima, acima dos 300°C.
Sendo assim, a primeira ação da guarnição, em conjunto com funcionários locais, foi realizar a retirada da soja por completo, visando isolar este material combustível que se encontrava queimando. Esta técnica de isolamento é muito comum e a mais indicada para incêndios dessa natureza. No entanto, o esvaziamento ocorre de forma lenta e gradual. Se nesse tempo nada for feito, a estrutura do secador pode vir a colapsar devido às altas temperaturas do incêndio.
Sendo assim, concomitantemente a primeira ação, foram armadas duas linhas de mangueira. Uma mangueira foi direcionada mais na parte de cima do secador e a outra na região do meio. Utilizando-se do jato neblinado, os militares conseguiram atingir uma maior área do secador e ao mesmo tempo, utilizaram menos água. Além disso, é possível que o bombeiro militar tenha um conforto térmico maior durante o combate. Os objetivos desta ação foram resfriar o material combustível, diminuir a temperatura interna do secador e evitar o colapso da estrutura.
Após 1h30min, a temperatura do secador já havia reduzido e chegado a cerca de 190°C. Dessa maneira, a guarnição mudou a estratégia e montou uma outra linha de mangueira, passando a lançar água diretamente nos elevadores de caçamba, o que se mostrou bastante eficaz. Basicamente, a água era levada até o ponto mais alto do secador e, na descida, usando apenas a gravidade e a própria estrutura interna do secador, ela atingia todos os focos de incêndio internos, os quais eram de difícil acesso e visualização.
Após 30 minutos, tendo a temperatura reduzido bruscamente, possibilitou-se que os exaustores fossem abertos e ligados para dissipação da fumaça, facilitando a visualização e acesso. Com isso, a guarnição localizou ainda alguns focos, os quais foram extintos rapidamente.
Foram usados cerca de 52 mil litros de água no resfriamento, com o apoio de caminhões-pipa da própria empresa e de vizinhos locais.
O combate em si durou cerca de 2 horas ininterruptas. Com as chamas extintas, passou-se a fase de rescaldo para evitar a reignição das chamas. Esta ação levou cerca de 1 hora.
Finalizado o rescaldo, a guarnição orientou aos responsáveis que o secador fosse limpo internamente e que fossem acionados profissionais habilitados para verificarem e atestarem tecnicamente que a estrutura não foi comprometida.
Acredita-se que as causas do incêndio se deram por falha humana de operação. Todavia, segundo relatos do próprio dono da empresa, aparentemente houve desatenção dos funcionários e a temperatura ultrapassou o limite normal, o que teria levado a produção de faíscas e centelhas que deram início ao incêndio.
A ação da guarnição do Corpo de Bombeiros Militar durou no total cerca de 3 horas. Não houve vítimas e evitou-se o desabamento da estrutura. Desse modo, se atestado por profissionais competentes, ainda é possível que o secador volte a operar normalmente.
Texto: 1º Tenente BM Gustavo Corrêa