A continuidade dos atendimentos no Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan) está ameaçada devido a atrasos nos repasses por parte da Prefeitura de Cuiabá. A instituição comunicou que, caso os pagamentos atrasados não sejam regularizados até o dia 31 de janeiro, será obrigada a suspender seus serviços. A dívida acumulada chega a quase R$ 17,8 milhões.
O presidente do HCan-MT, Laudemi Moreira Nogueira, expressou preocupação com a situação em um vídeo divulgado pela instituição. Ele destacou que a suspensão dos atendimentos seria uma medida dolorosa, porém necessária, caso pelo menos uma parte da dívida, no valor de R$ 7 milhões, não seja quitada até a data estipulada.
Na notificação enviada ao secretário municipal de Saúde, Deiver Alessandro Teixeira, datada de 18 de janeiro de 2024, o HCan detalhou as dificuldades enfrentadas devido à falta dos repasses. Entre os problemas mencionados estão atrasos no pagamento de fornecedores e de funcionários, além de bloqueios judiciais devido à inadimplência.
O documento descreve a situação como alarmante, ressaltando os impactos negativos nos serviços prestados pela instituição. O HCan alertou que, sem os pagamentos em dia, o fornecimento de insumos essenciais, como medicamentos e gases médicos, está comprometido, e profissionais de saúde podem se recusar a realizar atendimentos.
Parte da dívida acumulada é do período de intervenção do Governo do Estado na Saúde da Capital, totalizando cerca de R$ 6,4 milhões. O governo estadual afirmou que quitou todos os pagamentos para o HCan até outubro de 2023 e ressaltou que os repasses referentes a novembro e dezembro são de responsabilidade da Secretaria de Saúde de Cuiabá.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá divulgou nota informando que realizou o repasse referente ao mês de novembro de 2023 nesta terça-feira (23). A pasta justificou que parte da dívida está em disputa judicial e se comprometeu a sanar os débitos gradativamente, destacando que não há pendências relacionadas aos serviços de UTI.
A incerteza quanto à regularização dos repasses preocupa não apenas a equipe do HCan, mas também os pacientes que dependem dos serviços oferecidos pela instituição.