O homem apontado como o autor da explosão em um supermercado de Rondonópolis (a 212km de Cuiabá) no dia 4 de abril, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso e tornou-se réu em ação penal pela prática de dois homicídios qualificados tentados, duas extorsões qualificadas, explosão e colocação de artefato explosivo. Na denúncia oferecida pela 6ª Promotoria de Justiça Criminal de Rondonópolis e recebida pelo juiz de Direito Wagner Plaza Machado Júnior, da 1ª Vara Criminal da comarca, na segunda-feira (8), o MPMT requereu que o acusado seja submetido ao Tribunal do Júri.
De acordo com a denúncia, agindo com dolo eventual, por motivo torpe e valendo-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, o criminoso tentou matar um menino de sete anos de idade mediante o uso de um artefato explosivo que resultou em perigo comum. Da mesma maneira, tentou matar uma mulher. Os crimes não se consumaram por circunstâncias alheias à vontade dele.
Conforme o promotor de Justiça Substituto Fernando de Almeida Bosso, o denunciado também “expôs a perigo a vida e a integridade física de clientes e funcionários que estavam no interior do supermercado (…), bem como o patrimônio dos sócios-proprietários do referido estabelecimento comercial, mediante a explosão”. Além disso, constrangeu quatro vítimas mediante grave ameaça, com o intuito de obter para si vantagem econômica indevida, sob pena de fazer ataques contra 11 lojas da rede comercial. Ele queria receber R$ 300 mil em moeda Bitcoin.
Segundo apurado durante as investigações, dizendo “ser membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência”, o homem entrou em contato via aplicativo de mensagens com o telefone de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do estabelecimento, exigindo o pagamento de R$ 300 mil em criptomoedas, sob pena de ataques às lojas que compõem a rede caso não fosse atendido até o final da tarde daquele dia.
No mesmo dia, fim da tarde, ele explodiu um artefato que estava fixado no supermercado, arremessando estilhaços contra uma criança e uma mulher. Além disso, o denunciado causou prejuízos patrimoniais aos sócios do supermercado. No dia 5 de abril, ciente da extensão dos danos ocorridos em razão da repercussão nas redes sociais, o homem entrou novamente em contato com o SAC, fez nova grave ameaça e exigiu o pagamento dos R$ 300 mil. Diante das novas ameaças e exigências, foram fechadas e vistoriadas todas as lojas da rede. Na mesma unidade onde houve a explosão no dia anterior, foi encontrado um objeto com características de artefato explosivo.
O réu foi identificado e preso pela polícia. Atualmente o réu encontra-se recolhido na unidade prisional Major PM Eldo Sá Correa, em Rondonópolis.