Com onze meses de mandato, o governador Mauro Mendes (DEM) tem até o final de dezembro para anunciar uma solução para a obra do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), um dos maiores problemas de mobilidade urbana nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, caso ele pretenda cumprir aos seus eleitores uma de suas principais promessas de campanha.
O compromisso de encontrar uma solução definitiva para a obra do VLT, paralisada desde 2014, está no Plano de Governo de Mendes e o prazo de um ano foi estabelecido e amplamente divulgado pelo próprio governador eleito em 2018, durante o período de campanha eleitoral.
Ainda sem nenhum diálogo com os prefeitos de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), sobre o assunto, o Governo do Estado chegou a criar, em parceria com a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, do Ministério de Desenvolvimento Regional, uma comissão no mês de julho, com o prazo estabelecido de 120 dias.
O limite do prazo terminou no último dia 7 de novembro, mas a tão aguardada solução, até o momento não foi apresentada. Como justificativa, o chefe do Executivo afirmou que o Grupo de Trabalho não conseguiu concluir o relatório por causa de ‘mudanças em Brasília’, na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana.
No mês de outubro, o deputado federal Emanuelzinho (PTB) acusou o governador de ‘boicotar’ a criação de uma Comissão Externa para acompanhar o Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá (GT Mobilidade Cuiabá).
O parlamentar ainda declarou que o governador teria orientado o GT a trocar o modal pelo Bus Rapid Transit (BRT), desprezando mais de R$ 1 bilhão já gastos para implantar corredores dedicados apenas para a circulação do modal.
Na semana passada, o Governo contratou empresa para fazer estudo de viabilidade econômico e financeira para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande.
O ato, segundo o Estado, foi exigido pela Secretaria Nacional para subsidiar relatório final de Grupo de Trabalho para embasar escolha do modal utilizado. O estudo será realizado pela empresa de consultoria Oficina Engenheiros Associados e custará quase R$ 500 mil aos cofres públicos.
Iniciada em agosto de 2012 e com mais de R$ 1 bilhão já aplicados para o “novo” modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, os trilhos que guiariam o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nos dois municípios quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.
Parada desde dezembro de 2014, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos será composto por duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com total de 22 km de trilhos e terá 40 composições, com 280 vagões. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros, sendo 72 sentados.
Em junho, vereadores de Cuiabá e Várzea Grande fizeram uma vistoria no Centro de Manutenções do modal e apelidaram o local de ‘cemitério de vagões’.