Após articulação da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), foi criado um grupo de trabalho com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) para resolver problemas na emissão de notas fiscais de indústrias de Mato Grosso. O projeto piloto foi realizado com a empresa FS Bioenergia. Como parte desse relacionamento que já dura há meses, uma comitiva da Sefaz e da Federação visitaram a unidade, localizada no município de Primavera do Leste, nessa terça-feira (01.10).
Uma reunião estratégica, com simulação dos processos administrativos, foi realizada para entender a origem do problema. A equipe também conheceu todos os processos operacionais da indústria. “Ouvimos as demandas de várias indústrias e trabalhamos para buscar soluções e resolver o impasse da geração de documentos, como as notas fiscais. A Fiemt teve um papel importante nesse processo estreitando o relacionamento entre o Governo do Estado com a empresa. Essa articulação foi necessária para servir de modelo para as demais empresas do Estado que enfrentam o mesmo impasse”, disse o gerente de Relacionamento e Desenvolvimento Industrial da Fiemt, Lucas Barros.
A visita foi liderada pelo gerente de Tecnologia da Informação da FS, Aldair Giovanni Zanatta. Ele explicou que qualquer problema na emissão de notas fiscais causa impacto em muitos outros processos dentro da indústria. “É o caminhoneiro que tem que esperar mais tempo, são aos filas de veículos que se acumulam pela rodovia, ao atraso no envio dos produtos via ferrovia e embarcação fluvial. Esses modais têm horário para saírem, e um atraso na nota fiscal pode causar prejuízos financeiros. A gente se disponibilizou para ser um case e tentar achar uma solução para os impactos que vem ocorrendo na companhia”.
Pioneirismo na produção de etanol
A FS Bioenergia, que é pioneira na produção de etanol aqui no Brasil, tem capacidade total de produção da unidade por ano é de 585 milhões de litros de etanol e 570 mil toneladas deDDGs(Dried Distillers Grains, grãos secos de destilaria). A FS possui outras duas unidades industriais em Mato Grosso, nos municípios de Lucas do Rio Verde e Sorriso, que juntas somam 1,5 bilhão de capacidade produtiva de litros de etanol por ano.
O secretário Adjunto de Tecnologia da Sefaz, Kleber Geraldino Ramos dos Santos, pontuou que o envolvimento da área tecnológica visa identificar se o problema é na empresa ou na Sefaz, com objetivo único de achar a melhor solução para o problema. O primeiro resultado foi alinhar o modelo de envio da documentação.
“A indústria enviava a solicitação de emissão de NF-e de forma assíncrona, que faz a Sefaz receber o documento eletrônico e retornar com a informação de um número de recibo que posteriormente é utilizado para consulta, porém, não há o retorno quanto ao status de forma imediata. Porém, nós estamos orientando a utilizar a modalidade de envio síncrona, que é quando há o retorno quanto à situação da nota, com a informação quanto à aprovação ou recusa pelo órgão”, pontuou o secretário adjunto. Essa mudança foi realizada pela empresa.
Proximidade com a indústria de Mato Grosso
Para o secretário adjunto de Projetos Estratégicos da Sefaz, Vinícius Simioni, acrescentou que esse relacionamento intermediado pela Fiemt vem de encontro a uma determinação do governador do estado e do secretário da pasta para estar próximo das indústrias. “É uma oportunidade de gerar eficiência tanto na nossa operação quanto para os nossos contribuintes. Conhecer a realidade do Estado nos permite, ajustar os processos e fazer com que eles sejam mais simples e eficientes, além de conhecer efetivamente a operação, a produção e potencial do nosso estado na prática, na realidade. Inclusive, já temos convites de outras empresas para fazer a mesma visita e já estamos agendando nos próximos dias”.
Participaram também da visita a gerente de Relacionamento Setorial do Sistema Fiemt, Ribenildes Souza; do superintendente de Tecnologia da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso, Wagner Ferreira de Souza; do superintendente de Gestão e Projetos Estratégicos da Sefaz, Gilson Pregely, e fiscais da área de negócios da Secretaria Adjunta de Receita Pública.