Quatro adultos foram presos e um adolescente de 16 anos apreendido nesta terça-feira (02.02), em Rondonópolis, por integrar uma organização criminosa e também cometer outros crimes como cárcere privado, tortura e tráfico de drogas. O grupo criminoso foi identificado como responsável por lançar drogas e aparelhos celulares para a penitenciária do município, localizada às margens da rodovia MT-130.
Os investigadores da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis chegaram às prisões após monitorar um homem suspeito de praticar tráfico de droga. Durante vigilância, os policiais notaram quando o carro com o suspeito e mais um passageiro seguiu rumo a uma estrada vicinal que dá acesso aos fundos da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa (Mata Grande).
Ao realizar a abordagem ao veículo, o condutor tentou fugir da equipe policial, mas acabou batendo o carro em um barranco e os dois saíram a pé em fuga em direção ao matagal. Apesar da resistência, a dupla foi contida pelos policiais.
No carro em que a dupla estava, foram localizados aparelhos celulares, porções de entorpecentes e um drone, que os dois confessaram que seriam jogados para dentro da unidade prisional. Um deles foi identificado como líder do grupo responsável por lançar os celulares e entorpecentes para a penitenciária.
Conforme a apuração policial, um dos suspeitos presos, de 25 anos, apresentava sinais claros de tortura. De acordo com a investigação, ele permaneceu por um período de, aproximadamente, 15 dias em cárcere privado em uma casa no Jardim Paiaguás sendo espancado, porque faria parte de um grupo rival. Ele também teria sido coagido a ‘colaborar’ com os criminosos rivais porque sabia operar drones. O grupo que cometeu a tortura era composto por três adultos e um adolescente.
Outros celulares e drone localizados
A partir das informações, a equipe da Derf seguiu com as outras diligências para apurar as informações. Em uma das casas, a Polícia Civil localizou carregador de drone e outros apetrechos. Um outro suspeito encontrado no local, de 19 anos, alegou aos policiais que deu abrigo ao que sofreu a tortura a mando de um detento da unidade prisional.
Em diligência a outra residência, no Jardim Magnólia, foram apreendidos celulares já embalados para serem lançados na penitenciária, carregadores de celular, bateria e controle remoto de drone, entorpecente, um rádio amador e outros objetos utilizados para a empreitada criminosa. Nesta casa foi presa também uma mulher de 35 anos e apreendido o filho dela, de 16 anos.
Um dos suspeitos presos relatou ainda que na segunda-feira, o adolescente jogou celulares e drogas na penitenciária utilizando um estilingue e que também participou ativamente da sessão de tortura junto com os demais, enquanto a mãe fazia a filmagem.
Todos os cinco foram conduzidos à delegacia especializada e autuados em flagrante por diversos crimes, como organização criminosa, tortura, tráfico e associação para o tráfico de drogas. Os quatro adultos terão a prisão preventiva presentada pela autoridade policial. Já o adolescente terá solicitada a medida de internação e responderá por ato infracional análogo aos crimes de tortura e organização criminosa.