Na manhã desta terça-feira (23.07) os profissionais da Educação, em greve há 58 dias, se mostraram ainda mais resistentes a intransigência do governo estadual. Cerca de 300 educadores mobilizados na capital, levaram a cobrança pelo respeito aos direitos da categoria para frente da Santa Casa de Misericórdia, de Cuiabá, onde o governador Mauro Mendes esteve presente para a inauguração da reforma do hospital.
A escolha do local, deliberada em Assembleia Geral, foi simbólica por representar outra área das políticas públicas que sofre com o descaso dos governos. O hospital ficou meses fechado por falta de recursos, deixando os funcionários em estado de penúria, com atraso de salários de até 6 meses. A Santa Casa, que sempre se manteve com a verba pública, teve que fechar as portas na ocasião. “A situação da Santa Casa de Misericórdia era semelhante aos inúmeros hospitais públicos do estado, onde muitas pessoas no interior de Mato Grosso está padecendo aguardando atendimento”, esclareceu o dirigente estadual do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (SIntep-MT), Henrique Lopes.
Os educadores manifestaram a indignação mostrando que a inauguração desse hospital é fundamental para a sociedade. Contudo a educação também passa por necessidades e precisa de reformas estruturais das escolas, condições de trabalho e valorização profissional. “A letargia do governo em apresentar proposta a pauta da educação leva os educadores a protestos como esses e poderá levar a outras radicalizações em relação ao posicionamento do governo do estado”, afirmou o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira, durante o protesto.
Histórico
A greve na educação estadual teve início em 27 de maio, exigindo: cumprimento da Lei 510/2013, na data base da categoria; convocação dos concursados; direitos a licenças (Prêmio e qualificação); pagamento de 1/3 de férias para contratados; e reforma nas mais de 400 escolas do estado.
Apesar dos encaminhamentos dados em alguns pontos da pauta, e não cumpridos, como é o caso da convocação dos concursados. A pauta determinante que assegura a correção salarial da categoria da educação, a Lei 510/2013, permanece ignorada pelo governo Mauro Mendes com justificativas falaciosas.