A Terra Indígena Sararé, localizada em Mato Grosso, tem sido palco de uma tragédia ambiental e social. O avanço desenfreado do garimpo ilegal tem devastado a região, colocando em risco a vida dos povos indígenas Nambiquaras e causando danos irreparáveis ao meio ambiente.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mais de 1,9 mil hectares da reserva já foram degradados desde 2021. A exploração ilegal de ouro tem provocado desmatamento em larga escala, poluição dos rios e desequilíbrio ambiental, ameaçando a sobrevivência de um povo e de suas tradições.
A situação se agravou nos últimos meses. Entre janeiro e setembro de 2022, foram registrados 150 alertas de garimpo na região, um aumento de 636% em relação ao período anterior. A TI Sararé ocupa o segundo lugar no ranking de alertas de garimpo em terras indígenas brasileiras, perdendo apenas para a área Kayapó.
Confronto fatal em Mato Grosso
A violência gerada pelo garimpo ilegal chegou a um ponto crítico. Na última semana, houve um confronto entre garimpeiros e agentes do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal durante uma operação de combate à exploração ilegal. Cinco garimpeiros foram mortos e seis armas foram apreendidas.
As autoridades destruíram equipamentos utilizados no garimpo, como escavadeiras, caminhonetes e acampamentos, em uma tentativa de conter a atividade criminosa.