As Forças Armadas atingiram um marco significativo nesta sexta-feira, 16 de agosto, ao lançar um milhão de litros de água sobre as áreas afetadas por incêndios no Pantanal, abrangendo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Essa operação, coordenada pelo Ministério da Defesa, envolveu cerca de 80 voos de aeronaves equipadas com sistemas avançados de combate a incêndios, permitindo a atuação em áreas de difícil acesso para brigadistas civis.
A missão tem como objetivo preservar a biodiversidade do Pantanal e proteger as comunidades locais dos impactos ambientais devastadores causados pelos incêndios. Ao todo, 470 militares, 136 viaturas, 42 embarcações e oito aeronaves foram mobilizados. A operação já registou 130 missões de reconhecimento por terra, ar e rios, reforçando o compromisso das Forças Armadas com a protecção da região.
Tecnologias de Combate a Incêndios em Ação
A Força Aérea Brasileira (FAB) desempenhou um papel crucial na operação utilizando a aeronave KC-390 Millennium, equipada com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS). Esse sistema permite o lançamento de até 12 milhões de litros de água por voo, cobrindo grandes áreas de incêndio de maneira eficiente. Além disso, os helicópteros Pantera (do Exército Brasileiro) e Esquilo (da Marinha do Brasil) foram empregados com o método Bambi Bucket, que possibilita despejar água com isolamento diretamente sobre as chamas.
Resgate de Fauna e Apoio Logístico
Durante as operações, uma equipe de resgate das Forças Armadas também salvou uma anta que teve as patas queimadas pelo fogo a cerca de 215 km de Cuiabá. O animal foi tratado na Base Jaguar, uma instalação de apoio logístico estrategicamente posicionada às margens da Rodovia Transpantaneira. A base oferece suporte completo aos brigadistas, incluindo alojamento, estrutura de higiene, refeitório e acesso à internet via Terminais Transportáveis Telebrás por Satélite (T3Sat).
Engenharia e Defesa Ambiental
Para conter a propagação de incêndios, as Forças Armadas passaram a utilizar material de engenharia para criar aceiros, que são barreiras naturais destinadas a impedir o alastramento de chamas. No norte de Mato Grosso do Sul, cinco tratores foram empregados para criar linhas de defesa ao longo da mata, protegendo assim áreas de vegetação nativa e propriedades rurais.
Operação Pantanal: Um Esforço Conjunto
Desde 27 de junho de 2024, em conformidade com a Portaria nº 3.179 do Ministério da Defesa, as Forças Armadas têm atuado na região pantaneira para apoiar as equipes de brigadistas. A operação, que pode durar até quatro meses, demonstra o comprometimento das Forças em salvaguardar uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Brasil, garantindo que os danos ambientais sejam minimizados e que as comunidades locais sejam protegidas.
Essa operação, de grande escala e impacto, reflete a importância da colaboração entre diferentes ramos das Forças Armadas na preservação do meio ambiente e na resposta eficaz a desastres naturais. As ações realizadas até o momento mostram o potencial das Forças Armadas em enfrentar desafios ambientais complexos e de preservação de ecossistemas essenciais para o equilíbrio ambiental.