O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, participou na manhã desse sábado (21) de um importante encontro, para debater e fortalecer o apoio à implantação da Ferrogrão. O evento foi organizado pela Prefeitura de Sinop, Câmara de Vereadores e Unesin (União das Entidades de Sinop), com apoio do Sindicato Rural, lideranças políticas Federais, Estaduais e do setor produtivo de Mato Grosso e do Pará, por onde a ferrovia será construída. O empreendimento cumprirá um papel estruturante para o escoamento da produção de milho, soja e farelo de soja, prevendo-se ainda o transporte de óleo de soja, fertilizantes, açúcar, etanol e derivados do petróleo. O investimento na concessão será de R$ 21,5 bilhões.
O anfitrião do evento e Prefeito de Sinop, Roberto Dorner, abriu o encontro agradecendo a presença do Ministro Tarcísio e de todas as entidades e lideranças políticas, que fortaleceram e trouxeram magnitude ao evento. “Nosso pedido é unanime, a nossa ferrovia. Fico feliz de estar aqui em frente a todos vocês, para ouvir do Ministro a explicação sobre o processo da ferrovia. Pra nós é uma satisfação muito grande do Ministro estar aqui hoje, junto com toda a região e o sul do Pará, com o objetivo de batalhar e dar esperança ao nosso povo, que a ferrovia seja concluída. Queremos que essas obras comecem e terminem, estamos ansiosos pra isso, pontuou o prefeito”.
A Ferrogrão ou tecnicamente chamada de EF-170, transportará, pelos seus 933 km de trilhos, soja, farelo de soja e milho, principalmente. A estimativa é de que sejam transportadas mais de 20 milhões de toneladas de cargas no início da operação, prevista para 2030, e de cerca 50 milhões de toneladas ao final do período de 69 anos de concessão. O empreendimento terá arrecadação tributária de R$625 milhões e de R$5,3 bilhões com a operação, com geração de mais de 300 mil empregos.
Segundo o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o projeto nasceu do interesse do protagonismo da iniciativa privada. “Dos 34 projetos qualificados como prioridade nacional, 33 foram entregues, o único ainda não entregue foi esse aqui, talvez por ser também o mais desafiador. É o mais desafiador e também o mais transformador. Não tem nada que vai transformar mais a logística do Brasil do que o projeto da ferrogrão. Vamos aumentar a participação do transporte ferroviário, privilegiando o modo de transporte menos poluente, significa redução do tempo de viagem e no custo de transporte de cargas. A ferrogrão vai promover competição, com um sistema que virá com o aumento do transporte ferroviário e possibilidade de acessar portos e mais logística exportadora e competitiva”, explicou o Ministro.
Apesar de todo o otimismo e a certeza dos benefícios que a ferrogrão trará para a região centro-oeste e para o país, Freitas tem plena consciência de que o caminho para chegar à sua concretização e funcionamento é bastante tortuoso. “O maior entrave hoje é a ação que está no STF, mas acreditamos que isso irá se resolver e vamos lançar o edital e fazer o leilão. Eu entendo que nós temos o povo direito do nosso lado, levamos para o Supremo argumentos muito fortes e consistentes e acredito em uma reconsideração do ministro relator. Por isso confio que essa liminar vai cair e nós vamos conseguir prosseguir”.
Conhecedor da vasta extensão territorial que Mato Grosso tem e, totalmente, ciente da importância das reservas naturais, o governador do Estado, Mauro Mendes, se postou como um grande aliado na luta para que a ferrogrão se torna realidade. “Nós vamos ganhar essa guerra e lutar com todas as armas necessárias. Quero mostrar aos críticos que nós vamos fazer a ferrogrão sem matar um único índio. Quero receber as ONGS em meu gabinete e mostrar que produzimos muito, com mais de 60% do território preservado. Então, senhor Ministro, o que depender do Governo do Estado, a ferrovia terá 1.000% de apoio pra que esse sonho se torne realidade nos próximos anos”, pontuou, ele [governador], em sua fala, durante o evento.
Entre os objetivos da construção da ferrovia, o Ministro destacou:
-Reequilibrar a matriz de transportes, privilegiando modais menos poluentes
-Reduzir o tempo e o custo do transporte de cargas
-Promover competição
-Estabelecer alternativas para os fluxos de cargas ao mercado consumidor
-Promover uma logística exportadora competitiva para a região do Arco Norte
-Movimentar mais de 40 milhões de TU até 2060
A ferrovia também irá promover uma redução de R$19,2 bilhões no custo do frete em relação à rodovia. O projeto também se destaca pelo eficiência ambiental, com a redução de 50% do total de emissões de CO2 gerado a BR 163, e sem invadir nenhuma área indígena. Outro ponto é a redução de R$6,1 bilhões de externalidades (acidentes, congestionamentos, etc.).
O trecho objeto da concessão compreende o segmento ferroviário entre os municípios de Sinop/MT e Miritituba, distrito do município de Itaituba/PA, onde serão instalados os portos. Possui aproximadamente 933 km de extensão, sendo complementado por dois ramais: Santarenzinho, entre Itaituba/PA e Santarenzinho, distrito do município de Rurópolis/PA, com cerca de 32 km de extensão; e Itapacurá, localizado integralmente no município de Itaituba/PA, com aproximadamente 11 km de extensão.