O avanço das obras da Ferrovia Estadual Senador Vicente Vuolo, maior investimento privado já realizado no setor logístico de Mato Grosso, foi destaque na 3ª Reunião Ordinária do Conselho Temático de Infraestrutura e Logística (Coinfra) da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). O encontro reuniu conselheiros, representantes institucionais e convidados técnicos da Rumo Logística, responsável pelo empreendimento, para apresentação do status da obra e análise dos impactos futuros para o transporte ferroviário no estado.
Com 743 quilômetros de extensão previstos, a ferrovia deverá atender 16 municípios e conectar regiões de maior produção agrícola ao sistema ferroviário nacional. O projeto inclui a construção de quatro terminais logísticos, mais de 2.500 traçados estudados e o potencial para movimentar 45 milhões de toneladas de grãos por ano, consolidando Mato Grosso entre as principais regiões ferroviárias do país.
Durante a apresentação, representantes da empresa destacaram que o projeto avança de forma faseada, considerando liberações, licenciamentos e execução por trechos. Na etapa atual, mais de 30 milhões de metros cúbicos de terraplanagem já foram executados e diversas obras de arte especiais foram concluídas, como pontes sobre o Rio Vermelho e Rio São Paulo e o viaduto sobre o Córrego Tugore. Além disso, materiais como trilhos e componentes estruturais já estão estocados para a continuidade da construção, e mais de 40 quilômetros de trilhos foram instalados nos primeiros trechos da linha.
A apresentação também destacou iniciativas socioambientais, ações de comunicação com comunidades no entorno e implementação de soluções logísticas modernas, sustentáveis e adequadas ao modelo de autorização ferroviária implementado pelo estado.
Para o presidente do Coinfra, José Alexandre Schütze, a ferrovia representa um marco para o desenvolvimento industrial e logístico de Mato Grosso. Segundo ele, o setor produtivo acompanha o projeto com grande expectativa diante do potencial de redução de custos logísticos, ampliação da competitividade da produção e atração de novos investimentos.
“Estamos falando de uma obra que muda o eixo logístico do Brasil para os próximos 50 anos. A ferrovia não beneficia apenas o agronegócio, mas toda a cadeia produtiva, incluindo indústria, comércio e serviços. É uma infraestrutura que rompe uma dependência histórica do transporte rodoviário e abre possibilidades concretas para a industrialização e interiorização do desenvolvimento”, afirmou.
Ainda durante a reunião, os membros do conselho discutiram os possíveis impactos do Projeto de Lei 1.216/2025, item apresentado pela assessoria técnica da Fiemt, que acompanha a tramitação e efeitos regulatórios relacionados ao setor logístico.
