Na última sexta-feira 13 de setembro, foi estabelecido o Dia Mundial de Combate à Sepse, condição de pacientes que tiveram resposta exacerbada do organismo a determinada infecção bacteriana, o que ocasiona falência em outros órgãos. Popularmente conhecida como “infecção generalizada”, a sepse é uma inflamação grave e está ligada ao hábito de uso desnecessário de antibióticos, alerta o infectologista do Complexo Hospitalar de Cuiabá (CHC), Dr. Tiago Rodrigues.
“A sepse é resultado de uma reação do nosso organismo em se defender de uma bactéria. O quadro pode acontecer com qualquer pessoa, mas temos um grupo de risco como idosos, crianças, pacientes com vírus da AIDS, pacientes com diabetes. A melhor forma de combater a sepse é a identificação precoce que nos propicia agir rápido e evitar desfecho trágico. Além de fazer o uso de antibióticos quando for estritamente necessário”, afirma.
Dr. Tiago, em parceria com Dr. Wilian Junior, lideram a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) composta por mais duas enfermeiras e duas técnicas de enfermagem do Complexo Hospitalar de Cuiabá. A enfermeira Camila Ribeiro, responsável técnica da CCIH, comenta que a comissão possui um plano junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com ações e protocolos para evitar e diminuir as infecções.
“A comissão é responsável pelo controle e monitoramento das atividades de possíveis infecções no hospital, monitoramos desde as visitas técnicas nos setores críticos como UTI, CME, a sinalização dos quartos, uso adequado dos equipamentos de proteção, o resultado das culturas colhidas. A sepse é um quadro grave de infecção, mas é possível evitar com a simples e correta lavagem das mãos”, explica.
De acordo com o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), a sepse é a principal causa de mortes nas unidades de terapia intensiva (UTI), matando mais do que infarto de miocárdio e do que alguns tipos de câncer. O Brasil possui uma das mais altas taxas de mortalidades do mundo pela sepse. Estima-se que 400 mil novos casos são diagnosticados por ano e 240 mil pessoas morrem anualmente.
OMS
Todos os anos pelo menos 700 mil pessoas morrem devido a doenças resistentes a medicamentos. A informação é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que também faz alerta sobre o uso exagerado e irregular de antibióticos para doenças não tão graves. De acordo com a OMS, a falta de controle sobre essa utilização é o que colabora para a modificação das bactérias, com isso tornando-as cada vez mais resistentes a medicações.