Ontem, terça-feira, 27 de julho, o Instituto de Análises Clínicas (INAC) confirmou pela primeira vez em Mato Grosso a presença da variante Delta do Coronavírus. Este é o primeiro caso da variante Delta em Cuiabá, foi detectado no exame de uma adolescente de 15 anos, que testou positivo para Covid-19 duas vezes entre março e julho deste ano. No Brasil, essa mutação já foi registrada 169 vezes.
O laboratório afirmou que já informou aos órgãos competentes os detalhes relacionados ao resultado positivo da paciente. A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) afirmou que ainda não recebeu as amostras.
Mais contagiosa
A variante Delta é extremamente mais transmissível que todas as outras cepas da covid-19 identificadas até agora. Para exemplificar, uma pessoa infectada pelo vírus original podia transmiti-lo para outros dois ou três indivíduos. Agora, alguém com a Delta pode passá-la para cinco ou oito pessoas, se não houver qualquer controle. Esse é o principal problema. Além disso, o contágio dela começa mais cedo. Antes, o período de incubação era de seis dias. Atualmente, com essa, são quatro. No início da contaminação, ela tem carga viral mil vezes maior do que as outras variantes. Ainda não se sabe se ela é mais letal. Isso depende muito do local analisado. Porém, ela pode deixar mais pessoas doentes, e isso pode acarretar em superlotação do sistema de saúde, mesmo com as pessoas vacinadas. Mas não entenda errado. Não é que as vacinas não funcionam. Funcionam e evitam que se tenha a forma grave da doença. Porém, isso só ocorre com quem está com o ciclo vacinal completo, ou seja, com as duas doses aplicadas — ou uma, no caso da Janssen. Por isso, é preciso ter cuidado e prevenir.
Fernando Lucas Melo, pesquisador da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) da Universidade de Brasília (UnB)