Marcelo era motorista particular e servia também à família e ao filho do deputado. Além disso, ajudava na campanha. E lidava com dinheiro sob ordens de Frota.
Uma reportagem da “Folha de S.Paulo” deste sábado (8) revela que o ex-motorista diz que foi usado como laranja. Ao Jornal Nacional, ele repetiu a acusação que foi registrada no Ministério Público de São Paulo no dia 28 de maio.
Marcelo diz que, a pedido do ex-patrão, registrou em seu nome duas empresas que na verdade pertenciam a Frota: a FR Publicidade e Atividade Artística e a DP Publicidade Propaganda e Eventos. Segundo ele, o favor seria só por três meses, mas durou anos.
“Além de eu ter feito esse erro de colocar uma empresa do Frota no meu nome, deixar ele fazer por três meses e acabou ficando anos”, afirma.
Perguntado se estava ciente de que poderia ter problemas, Marcelo responde: “Do transtorno, não. Infelizmente, como sou leigo nesse assunto, passou batido”.
Marcelo diz que, também a pedido de Frota, recebia em suas próprias contas bancárias valores que depois eram repassados à mulher do deputado.
No total, ele diz ter recebido e repassado mais de R$ 70 mil. Afirma também que seu salário muitas vezes teria sido pago por empresários como forma disfarçada de doação de campanha.
Questionado se foi declarada na campanha essa ajuda, afirma: “Não, porque o TRE nem tem essa informação de que que eu recebia meus pagamentos através de dois empresários que o Alexandre Frota arrumou”.