Como fortalecer políticas públicas para mulheres em um cenário de desigualdades persistentes? Essa foi a questão central do encontro “Mulheres Brasileiras do Nosso Tempo – Desafios e Oportunidades”, realizado nesta terça-feira (16), em Cuiabá.
Debate nacional e articulação institucional
O evento contou com participação ativa da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e reuniu magistradas, gestoras públicas e lideranças femininas. A proposta foi ampliar o debate sobre direitos das mulheres, enfrentamento à violência de gênero e fortalecimento de uma agenda coletiva.
Segundo a deputada Janaína Riva, procuradora especial da Mulher, a troca de experiências cria empatia e reforça redes de apoio. Ela destacou que a violência e a desigualdade atingem mulheres de todas as classes sociais, tornando essencial a articulação entre diferentes setores.
Mulheres além da pauta da violência
A procuradora especial Francielle Brustolin ressaltou que discutir mulheres vai além do combate à violência. Para ela, encontros como este ampliam a reflexão sobre autocuidado, acolhimento e múltiplos papéis femininos na sociedade, fortalecendo a atuação institucional da ALMT.
Viés de gênero e dados preocupantes
Um dos destaques da programação foi a palestra da cientista política Débora Thomé, pesquisadora da FGV. Ela explicou que o viés de gênero é estrutural, presente nas instituições e nas expectativas sociais, o que limita o acesso feminino a espaços de poder.
A pesquisadora alertou para o elevado número de registros de violência doméstica envolvendo meninas e adolescentes, defendendo ações preventivas e educativas como parte da solução.
Nasce o Coletivo Guardiãs
Durante o encontro, foi formalizada a criação do Coletivo Guardiãs, iniciativa que busca unir mulheres de diferentes áreas na promoção do respeito, no enfrentamento à violência doméstica e familiar e na ampliação da participação feminina.
- Promoção de redes de apoio entre mulheres
- Fortalecimento de políticas públicas
- Estímulo à participação feminina em espaços de decisão
Desafios permanentes
A presidente da AMAM e da ABMJ, juíza Jaqueline Cherulli, avaliou que o encontro simboliza a maturidade do movimento feminino no país. Ela afirmou que os dados sobre violência contra a mulher são públicos e exigem avanços contínuos em políticas públicas e mudanças culturais.
Representantes da ALMT e da magistratura também destacaram que a violência de gênero atravessa todas as camadas sociais, inclusive o Judiciário, impactando a saúde mental e a qualidade de vida das mulheres.
O lançamento do Coletivo Guardiãs reforça a construção de uma agenda permanente de proteção, informação e apoio institucional. O que você pensa sobre essa iniciativa? Comente sua opinião!
