Um escultor português decidiu fazer uma homenagem a um dos animais ícones de Mato Grosso. Francisco João Ourives Charneca esculpiu uma réplica de uma onça-pintada preta, também chamada de onça preta, em tamanho real. A obra está exposta na calçada de um bistrô no Bairro Duque de Caxias, em Cuiabá, e pode ser apreciada por quem passa.
Francisco é pintor e escultor, mora na capital há 23 anos, e se encantou pelas onças-pintadas.
“Fiz uma onça preta porque os felinos povoam nosso imaginário, onças, tigres, leopardos. Esses animais sempre estiveram e vão estar no imaginário das pessoas”, comentou.
A escultura foi produzida com materiais de alvenaria, como o cimento, ferro e isopor. Foram 30 dias esculpindo e fazendo a modelagem com cimento e ferro policromado, metal de várias cores, e o isopor foi utilizado para fazer o preenchimento interno, o que fez com que a estrutura não ficasse tão pesada e facilitasse a locomoção.
A estátua compôs o acervo apresentado na exposição “Francisco Charneca – 50 Anos de Exposições”, com a temática Wildlife Art – Arte da vida selvagem, exposta em junho deste ano na Casa do Parque. A exposição celebrou os 50 anos de profissão do artista plástico.
Charneca disse que foi a primeira vez que esculpiu uma onça e que a ideia de fazer a onça preta, em tamanho real era um projeto antigo. Ele diz que escolheu especificamente este animal pela raridade.
“Ela [onça negra] tem uma mística diferente em relação à onça-pintada. A espécie rara é devido ao melanismo das onça-pintada. Em um parto podem nascer tanto onças-pintadas como onças-negras, e muita gente pensa que as duas espécies são diferentes, e não são”, explicou.
Francisco Charneca já fez várias esculturas de animais em tamanho natural, como javali, veado, aves, entre outros animais selvagens. Também já esculpiu pessoas. Estas obras estão expostas em outros lugares pelo mundo. Mas à obra da onça preta foi especial, segundo ele.
“O felino traz na própria vivência o individualismo, a independência, a força bruta e a beleza, e por isso o homem se encanta e tenta dominar a onça, na maioria das vezes matando-a”, disse.
