O empresário Gabriel Dias da Silva, que chegou ao Alasca de carona e bicicleta em fevereiro deste ano, após passar dois anos viajando. Agora, ele começou a escrever um livro sobre a viagem, durante a qual passou por mais de 22 países. Em um ano, visitou todos os países da América do Sul.
Em 2017, Gabriel tinha duas empresas em Cuiabá e decidiu, depois de seis anos trabalhando, que estava cansado da rotina e o que mais queria era ir ao Alasca. Inicialmente, ele ia de carro, mas por ter sofrido um acidente, desistiu da ideia.
Ele conseguiu em um ano visitar todos os 13 países da América do Sul de carona. Após percorrer 80 mil km, ele chegou no Alasca, no dia 8 de fevereiro deste ano. Pretende ficar lá por seis meses até decidir o próximo destino e esperar passar a quarentena.
Gabriel se inspirou no livro “Na Natureza Selvagem”, que depois se tornou filme. O livro escrito por um jornalista conta a história de Christopher McCandless que foi um viajante estadunidense. Ele tinha o mesmo objetivo que Gabriel: ir até o Alasca, porém, por falta de alimento e muito frio morreu em um ônibus abandonado.
Ele conta que baixou o livro no celular e quando começou a quarentena decidiu ir acampar nas montanhas. Comprou bastante comida e um telefone via satélite para me comunicar com a mãe.
Foi até o ônibus em que Christopher morreu. Tentou ir até o rio Tekekna, mas percebeu que não tinha comida suficiente, não tinha peixe no rio e decidiu voltar. O rio estava derretido e perigoso. Foi quando pediu o resgate.
O resgate
Alguns minutos depois o helicóptero chegou. Gabriel conta que esse não foi de longe uma das maiores dificuldades que já enfrentou nessa viagem. Em fevereiro de 2019, quando chegou na Venezuela foi preso e torturado, mas na época preferiu não dar entrevista sobre o assunto.
“Eu fiquei um pouco triste porque meu resgate teve muita repercussão. Mas minha trajetória é muito mais que esse episódio triste”, afirma.
Atualmente, ele está em Wasilla, próximo de Anchorege. Conta que está esperando normalizar as coisas por causa do coronavírus e vai começar a viajar para as aldeias e tribos de esquimós para conhecer a cultura dos nativos.
“Eu já viajei por quase todas as cidades do Alaska que se pode chegar por estrada, mas a maioria das cidades aqui só dá para ir de avião”, afirma.