Discutir a atual proposta do Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSSE) do Estado, levantar dados e definir outras diretrizes para o projeto. Esse é o objetivo de uma reunião online que será realizada hoje (16), às 14 horas, que reunirá representantes de todos os municípios do Estado por meio de secretários municipais de agricultura, sindicatos rurais, representantes da Aprosoja, com o deputado estadual Neri Geller e o senador Carlos Fávaro. Conforme o responsável pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) de Sorriso, Marcelo Lincoln, a intenção é criar uma comissão permanente de análise para que a proposta estadual possa ser revista e trabalhada em conjunto com os municípios.
Lincoln acrescenta que o projeto atual subtrai mais de 3 milhões de hectares ( 3.430.245 hectares) da atual área agricultável do Estado de Mato Grosso, o que corresponderia a diminuir a área atual em cerca de 12%. Dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de 2017, pontuam que hoje apenas 34,94% do território do Estado são cobertos por lavouras e pastos, equivalendo à 2.736.308 ha ocupados por pastagens naturais (3,03%), 19.436.010 ha por pastagens plantadas (21,52%), 9.385.030 ha dedicados à agricultura (10,39%). Já área urbana do Estado corresponde à apenas 266.829 há (0,30%).
Em contrapartida, a área compilada como preservada pelo CAR de 2017 equivale a 64,77% da área total do Estado, e, é composta por 58.495.632 hectares (ha) de vegetação protegida e preservada, reserva legal, terras indígenas e unidades de conversação. No total, o Estado de Mato Grosso tem 90.319.809 hectares de área.
“Com a atual proposta do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, perderia-se cerca de 12% da atual área em uso para produção agropecuária, o que, tornaria inviável a manutenção justamente dessas atividades que hoje respondem por mais de 50% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado”, pontua Lincoln ao citar que de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o agronegócio representa 50,5% do PIB de Mato Grosso.
“Muitos municípios ficariam totalmente comprometidos, como é o caso de Peixoto de Azevedo e Alta Floresta aqui no Nortão”, diz Lincoln. O gestor da SAMA destaca que a pauta é do Estado todo. “Vamos conversar para formar a Comissão Permanente de Revisão. Queremos agregar valor ao que é produzido na atual área e não diminuir expectativas de geração de renda e trabalho”, finaliza.