Será produzido ao longo dos próximos dias o documentário ‘Mel da Floresta-Xingu’. A produção é uma proposição do ativista cultural, Jorge Sepulveda, que reside em Lucas do Rio Verde. O projeto foi aprovado pela Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso e conta com diversos apoiadores. O documentário terá direção de Leonardo Santana.
‘Mel da Floresta-Xingu’ tem como objetivo mostrar a importância das abelhas para a conservação da biodiversidade. A produção viajará até o Xingu para mostrar como os povos indígenas utilizam o mel produzido na localidade.
“Nós estamos trabalhando um tema que envolve a preservação do meio ambiente, a preservação de uma espécie ameaçada de extinção, que são as abelhas, e a geração de renda para os indígenas. Isso garante mais autonomia para que esses povos possam estar seguros, os seus espaços naturais, que no caso é a Floresta, é o Xingu”, pontuou Sepulveda.
Cultura indígena
O diretor do documentário observou que a produção abordaram aspectos interessantes. Leonardo Santana cita a questão da cultura indígena, temática superimportante no país. Outro aspecto é a abordagem da economia criativa, assunto que não é muito comum, mas que vem ganhando espaço na sociedade. “É uma tendência muito importante, é uma saída, talvez para esse, digamos, capitalismo humanizado, que as pessoas falam”, disse.
O processo de produção de mel na etnia que será visitada ainda está no início. Santana avalia que o princípio da apicultura é ecológico e acaba tendo uma ligação com as questões indígenas. “Tem essa ligação com a terra, com meio ambiente”, comentou o diretor.
Segundo Leonardo Santana, a ideia do material é divulgar e potencializar essas etnias, resgatando o orgulho de cada uma delas e mostrar que existe alternativas econômicas para os indígenas. “A produção de mel é uma alternativa que é viável economicamente e que se mantém nessa filosofia indígena, de meio de proteção ambiental, de integração com o meio ambiente”, salientou.
Logística
Como a coleta de material audiovisual é cuidada em detalhes, a preparação de viagem seguiu um roteiro rigoroso. Júlia Costa integra a equipe de produção e explicou a preocupação em estar preparada para as adversidades. “Um documentário como esse que é feito numa área isolada, demanda muito mais atenção, muito mais cuidado. A gente tem que se preparar bem porque lá a gente não tem tanto acesso à farmácia, a mercado. Então a gente tem que preparar tudo antes previamente, muito bem organizado. Quando chegar com toda a estrutura necessária lá para a gente conseguir executar o projeto lá na aldeia”, explica.
O roteiro saindo de Lucas do Rio Verde até chegar no Xingu conta com horas de viagem em rodovias e rios. Somente nas águas são cerca de 8 horas de barco até chegar na aldeia. “E depois disso nós vamos fazer as imagens, gravar, ainda tem um processo de edição para que o resultado saia o mais breve possível. Mas nós temos certeza que esse trabalho vai não somente agradar, mas vai contribuir com essas pautas que nós sabemos, são importantíssimas para a sociedade”, acredita Jorge Sepulveda.
Além do ganho socioambiental, Sepulveda vê ainda o fortalecimento do audiovisual do município. “Realizar um documentário significa que Lucas do Rio Verde tem uma produção cultural que está alcançando novos níveis de qualidade. E isso para nós luverdenses é um orgulho”, concluiu.