Dia Mundial das Leguminosas: saiba como elas ajudam a fortalecer a agricultura familiar de Mato Grosso

Data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular a produção desses grãos

Fonte: CenárioMT com Marcio Camilo/REM MT

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Nesta quinta-feira (10) comemora-se o Dia Mundial das Leguminosas. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular a produção desses grãos, promovendo assim a segurança alimentar em todo mundo, tendo em vista que os nutrientes das leguminosas são importantes para qualidade do solo de onde sai os alimentos.

Mas o que são leguminosas, afinal? É comum confundi-las com os legumes, mas são duas coisas bem diferentes. As leguminosas, na verdade, são grãos originados em árvores, ervas e trepadeiras que nascem em vagens ricas em tecido fibroso. Alguns desses grãos são o feijão de porco, o milheto, a lentilha, a crotalária e a soja.

Geração de renda

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Agricultor familiar Teodoro de Almeida Barbosa. (Foto: Arquivo pessoal)

Na agricultura familiar de Mato Grosso, o uso das leguminosas ajudam a garantir o alimento e a geração de renda aos moradores do campo. É o caso do produtor de Lima ácida Tahiti, Teodoro de Almeida Barbosa, de 60 anos, que possui um sítio na zona rural da cidade de Peixoto de Azevedo, 673 km ao Norte de Cuiabá.

Por lá, a leguminosa crotalária e gramínea milheto atuam no fortalecimento do solo, gerando nutrientes para os pés de lima, que a partir disso começaram a crescer mais fortes, saudáveis e a dar mais frutos.

“Mudou muito, porque as plantas não estavam indo para frente por causa da terra que era muito ácida e fraca. Depois que ele começou a fazer o trabalho, os pés de lima se desenvolveram, as folhas pegaram cor: antes eram amareladas e hoje são verdes escuras, bem vivas! Eu estou gostando do trabalho dele. Do que era antes para hoje mudou muito”, comemora seu Teodoro, que já traça planos para comercializar a fruta no mercado local.

O “ele” mencionado pelo agricultor é o extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT), Clovis Luiz de Moraes Manica, que desde março passado utiliza as leguminosas para fortalecer o solo do agricultor familiar.

“O milheto, por exemplo, cria caminhos em um solo seco e compactado, ou seja, a raiz dessa gramínea vai lá no fundo buscar a água, os nutrientes que a planta, no caso a lima do seu Teodoro, precisa para crescer saudável e produzir frutos de qualidade”, detalha o extensionista.

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web reproduçãoEm relação a crotalária, Clovis destaca que se trata de uma leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada para adubação verde e no controle dos nematóides do solo [pequenas larvas que atacam as plantas].

“Elas também são excelentes fixadoras biológicas de nitrogênio, reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados, que causam danos ao meio ambiente. Essa grande produção de massa verde faz com que a planta seja excelente para cobertura do solo, produção de matéria orgânica e o controle natural das plantas daninhas”, elenca.

Referência

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Antes do tratamento (Foto: Clóvis Luiz/Empaer-MT)

A propriedade de seu Teodoro é o que os extensionistas chamam de Unidade de Referência Técnica (URT) da Empaer. Significa que ela servirá de modelo sustentável e moderno de produção de lima para as demais propriedades da região de Peixoto de Azevedo, que conta com aproximadamente 15 famílias produtoras do fruto. A ideia é que o lugar se torne um grande pólo de produção de lima no estado, gerando renda e segurança alimentar às famílias.

Esse fortalecimento da URT conta com o apoio do Programa REM Mato Grosso (do inglês, REED para Pioneiros). “O REM tem sido um aliado fundamental nesse processo. Foi a partir do Programa que recebemos as sementes, o calcário e o fosfato natural para lidar com a terra. Também foi adquirido os equipamentos carbonizador e o triturador, que servem para limpar a área e facilitar no processo de irrigação do solo”, destacou o extensionista da Empaer.

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Depois do tratamento (Foto: Clóvis Luiz/Empaer-MT)

Além da propriedade do seu Teodoro, o REM MT investe em mais 19 URT’s no estado, por meio da aquisição de insumos como adubos, calcário, sementes, mudas, sistema de irrigação e equipamentos para a roça.

Essas URT’s trabalham com às atividades “leiteira”, “citros” e “banana” e estão situadas nos municípios de Alta Floresta, Carlinda, Matupá, Nova Canaã, Nova Guarita, Novo Mundo, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Terra Nova do Norte, Acorizal, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Jangada, Poconé, Poxoréu, Castanheira, Colniza, Juara, Juína e Juruena.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.