Funcionários do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran/MT) deram início à campanha de carnaval com o intuito de reduzir os acidentes de trânsito neste período, orientando motoristas para os riscos do consumo de bebidas alcoólicas aliado à condução de veículos. Uma das ações ocorreu no Parque Tia Nair, em Cuiabá, nesta quarta-feira (27).
Com o slogan “Não vá na contramão da folia – Unidos pela prevenção”, a ação conta com a parceria do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, das Secretarias de Mobilidade Urbana e de Saúde de Cuiabá e da Polícia Rodoviária Federal.
A gerente de Ações Educativas de Trânsito do Detran, Rosane Polzl, pontuou que além do alto consumo de bebidas alcóolicas, nesta época é comum haver outras infrações, entre elas, a falta do cinto de segurança, algo que agrava os acidentes.
“Existem muitas pessoas que não curtem o carnaval, então, elas aproveitam o feriado para fazer pequenas viagens para municípios próximos ou visitam os familiares no interior, o que aumenta o fluxo de veículos nas estradas. O cuidado antes de pegar a estrada, seja para perto ou longe, deve ser redobrado, verificando os itens de segurança do veículo, checando pneus, freios, faróis, e respeitando as regras. O uso do cinto de segurança é imprescindível pelo motorista e passageiros”.
O tenente do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Alcides Dutra, lembrou que o consumo de bebidas alcóolicas é uma infração considerada gravíssima, cuja multa é de R$ 2,9 mil, recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e suspensão do direito de dirigir, uma vez que o motorista coloca a vida de outras pessoas em risco, além da própria. Se houver reincidência no período de um ano, a multa será dobrada, o que pode alcançar valor superior a R$ 5,8 mil.
“Muitas pessoas sem habilitação, no afã de comparecer às festas, acabam cometendo infração ao dirigir. Neste caso, o motorista está sujeito a incidir em crime, ou seja, além de sofrer as penalidades, como ter o veículo removido e receber uma multa, poderá ser conduzido pela autoridade policial para a delegacia. Além disso, o proprietário do veículo também poderá ser responsabilizado”, advertiu Dutra.
As abordagens tiveram início na terça-feira (26), dentro do próprio Detran e no Tribunal de Contas do Estado (TCE), na quarta-feira pela manhã. As ações continuarão nesta quinta-feira (28), no Palácio Paiaguás; na sexta-feira (01.03), no Parque das Águas; no sábado (02.03), na MT-040, em Santo Antônio de Leverger; no domingo (03.03), na MT-251 (Rodovia Emanuel Pinheiro); e na Praça da Mandioca, na segunda e terça-feira (04 e 05.03).
Municípios do interior também farão abordagens aos motoristas. Os kits distribuídos contêm um saco para que os motoristas coloquem o lixo, um leque, adesivo da Lei Seca e panfleto com orientações aos motoristas e pedestres, para que garantam a própria segurança e dos demais no trânsito, além do kit de saúde para o carnaval, com preservativos.
Para o motorista de aplicativo, Luiz Ricardo Batista de Souza, de 21 anos, a ação do Detran e parceiros reforça os cuidados que todos devem ter para garantir a segurança no trânsito. “É uma iniciativa que conscientiza e nos ajuda nesse trânsito que está cada vez mais caótico. E nessa época de Carnaval temos que redobrar os cuidados, já que há pessoas que acabam bebendo e cometendo irresponsabilidades, colocando a vida de todos em risco”.
Prevenção a doenças
Nas abordagens aos motoristas, funcionários da Secretaria de Saúde de Cuiabá aproveitam para orientar sobre os riscos de transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST). Um kit contendo preservativos masculinos e femininos também é entregue nas ações.
A coordenadora do programa IST/Aids da Secretaria, Mariele Padilha, lembrou que a principal orientação aos foliões é para que lembrem do uso dos preservativos, uma vez que o período é de festas e as pessoas, após beber, costumam agir pela emoção.
“Estamos vivendo uma epidemia de sífilis, por exemplo, porque as pessoas descuidaram dessa infecção. Mas também temos outras ISTs, como o HIV, a gonorreia e a hepatite, que além de ser transmissível pelo ato sexual, também podem ser transmitidas pelo compartilhamento de seringas”, exemplificou ela.