Recentes informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam uma preocupante disparidade nos números de desmatamento em Mato Grosso, desafiando a tendência geral na Amazônia Legal, onde foi registrada uma redução de 22% na taxa.
No estado, os dados apontam para um aumento de 8% no desmatamento em 2023 em comparação ao ano anterior. Enquanto em 2022 a área desmatada totalizou 1.927,00 km², neste ano, a triste marca já atinge 2.086,00 km².
Em resposta a esses dados alarmantes, o governo de Mato Grosso emitiu uma nota afirmando que tomou medidas enérgicas no combate ao desmatamento e crimes ambientais. Destacou a presença da Operação Amazônia no campo, fiscalizações por imagens de satélite, aplicação de multas, embargo e apreensão de máquinas pertencentes aos infratores. O comunicado estadual informa ainda que, ao longo deste ano, foram aplicadas multas que totalizam R$ 1,8 bilhão.
A Amazônia Legal, abrangendo 59% do território brasileiro, engloba oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão. Esse cenário destaca a complexidade do desafio enfrentado na região.
Ana Paula Valdiones, coordenadora do programa de transparência ambiental do Instituto Centro de Vida (ICV), destaca que os dados refletem diretamente no alcance das metas climáticas. Ela alerta para a elevada taxa de ilegalidade associada ao desmatamento em Mato Grosso, acentuando as dificuldades do estado em atingir objetivos ambientais, especialmente às vésperas da Conferência do Clima (COP 28).