O titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, afirmou que o sistema de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande está falido. Segundo ele, o uso de motocicleta, que deveria ser desestimulado, continua sendo feito. “O interessante seria focar no transporte de pessoas e não veículos individuais”.
“No caso de qualquer acidente, riscos de lesividade são mais altos em motocicleta do que em um automóvel ou ônibus. Se durante um ano, você fizer o deslocamento neste tipo de veículo, a potencialidade de vir a ser lesionado é muito maior. A moto é um meio de transporte de alto risco. Pelo aspecto da segurança viária, deveria ser desestimulado”, pontua o delegado.
Segundo Christian, quando se vê que a frota de motocicletas tem crescido de forma acelerada, é sinal de que o sistema de transporte coletivo está falido. “Nossos governantes precisam adotar políticas públicas para inibir isto. Os projetos de mobilidade urbana têm focado em priorizar o transporte de pessoas em veículos automotores e de forma individual. As pessoas com necessidade de deslocamento rápido, acabam migrando para as motocicletas por isto”.
Para o delegado, quem tem a perder com isto é a sociedade, já que o número de acidentes aumenta, assim como os gastos com segurança pública, saúde (com os atendimentos nos prontos-socorros) e também a securidade social. Isso também sem falar nos reflexos que este número de veículos traz no trânsito, com intensos congestionamentos.
“Infelizmente, a cada ano a frota de veículos aumenta em proporção muito grande. Nos últimos dez anos, a frota de motocicletas em Cuiabá dobrou e os ambientes viários não crescem na mesma proporção. São mais veículos passando por espaços cada vez menores. Isso não dá certo”, finalizou.