A Polícia Civil em Poconé (104 km ao sul de Cuiabá) inaugurou no final do mês de julho o cartório Maria da Penha para receber os casos de violência contra a mulher e aprimorar o atendimento às vítimas.
A necessidade do cartório especializado surgiu diante da demanda de violência doméstica em relação a outros inquéritos em andamento na unidade. Atualmente, a unidade tem 180 inquéritos relacionados exclusivamente a ocorrências de violência doméstica e familiar contra a mulher. Também foram solicitadas 75 medidas protetivas e lavrados 53 flagrantes com enquadramento na Lei Maria da Penha neste ano.
Para atendimento das vítimas foi criada uma sala especial, com um ambiente adequado, mais humanizado e diferente dos demais ambientes da delegacia, além de uma brinquedoteca.
O atendimento às vítimas de violência é realizado por uma escrivã para que a vítima se sinta mais à vontade ao relatar sobre a violência sofrida. Nas situações em que há reiteração de violência doméstica, o inquérito recebe etiquetas vermelhas para que sejam priorizadas as investigações.
Pelo cartório Maria da Penha, a Polícia Civil tem fortalecido o canal de comunicação com a rede de proteção à mulher no município, para que a vítima também possa ser encaminhada para atendimento psicológico.
Segundo o delegado de Poconé, Ruy Guilherme Peral da Silva, a adequação do ambiente foi realizada com o apoio do Conselho da Comunidade local, que auxiliou com a pintura e doação dos brinquedos.
“É um espaço fundamental para o atendimento dessas vítimas, que chegam à unidade geralmente muitos fragilizadas e acompanhadas dos filhos menores de idade. O cartório tem o propósito de oferecer um atendimento mais humanizado e com maior conforto para a mulher no momento crítico que está passando”, disse.
O espaço voltado para atendimento da mulher recebeu a visita da diretoria da Polícia Civil, que aprovou a iniciativa da Delegacia de Poconé. Segundo o delegado-geral Mário Resende, a Delegacia de Poconé deu um passo à frente, dando mais atenção no acolhimento e atendimento das vítimas.
“A violência doméstica é sempre uma situação delicada, que deve ser tratada de forma diferenciada dentro das unidades, fazendo com que a vítima se sinta acolhida. Mais uma vez a Delegacia de Poconé foi capaz de fazer a diferença dando maior atenção a este tipo de necessidade”, destacou o delegado-geral.