Com indicativo de greve já aprovado em dezembro do ano passado, os trabalhadores da rede pública de ensino de Mato Grosso não descartam uma paralisação geral, diante da possibilidade de voltar às aulas presenciais sob o risco de contágio pelo novo coronavírus e sem o início da vacinação contra a Covid-19.
Suspensas desde março de 2020, as atividades presenciais nas escolas do Estado estão marcadas para começar em fevereiro. O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT) aponta que, mesmo com números cada vez mais alarmantes de contaminados, o governador Mauro Mendes (DEM) tomou a decisão unilateral, determinando a reabertura das cerca de 750 escolas, com aproximadamente 380 mil estudantes e 40 mil profissionais.
Ainda que em sistema híbrido, ou seja, com revezamento entre o presencial e sistema online, o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, considera a decisão desumana.
“Estamos falando de milhares de estudantes que, mesmo no chamado sistema híbrido, com metade da turma presencial, o potencial de propagação do vírus é enorme e seria ainda mais potencializado. Muitos estudantes moram com seus avós e outras pessoas do grupo de risco. Esse retorno é algo absurdo, em meio ao cenário que estamos vivenciando”, afirmoua.
Pereira lembrou que os trabalhadores da Educação já estão com o indicativo de greve e, para preservar vidas, se necessário, os profissionais entrarão em paralisação oficial.
“Já havíamos decidido, na última assembleia-geral ordinária, realizada pela categoria em 7 de dezembro, que só iremos retornar com as atividades presenciais quando houver a vacinação de estudantes e trabalhadores. Estamos vivendo uma situação atípica e temos que priorizar vidas”, disse o líder sindical.
Outro argumento apontado pelo sindicato é a falta de estrutura das unidades para receber alunos e trabalhadores com segurança sanitária.
REVEZAMENTO
No começo da semana, o Governo do Estado decidiu que o retorno das atividades na rede estadual de ensino está confirmado para o dia 1º de fevereiro, no sistema híbrido (presencial e não presencial), segundo informações da Secretaria de Educação (Seduc).
Conforme o plenejamento do Governo, primeiro, voltam os professores, diretores e assessores, que terão uma semana pedagógica (de 1º a 5 de fevereiro), fechando o planejamento para 2021.
No dia 8 de fevereiro, será a vez dos alunos voltarem às salas de aula, com revezamento.