Vítimas de violência doméstica encontram apoio em Casas de Amparo

Fonte: CAROLINA MIRANDA

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Considerada como referência no acolhimento a mulheres em situação de risco eminente de morte a Casa de Amparo, coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (SMASDH), presta um importante auxílio de reabilitação e resgate da integridade física e psicológica de mulheres que sofreram agressões dos seus parceiros.

Instalada há mais de dez anos na Capital, durante o ano de 2018, até agora, 60 mulheres foram atendidas. No total, a casa disponibiliza 20 vagas para acolhimento, incluindo mulheres e crianças. No momento, duas mulheres estão amparadas na casa.

O ambiente foi construído para ofertar segurança, assistência social, atendimento psicológico, acompanhamento jurídico, transporte escolar, entre outros. A coordenadora da Casa de Amparo, Fabiana Soares explica que o atendimento não é no modelo portas abertas. Segundo ela, para que a mulher seja acolhida deve primeiramente procurar a Delegacia Especializada, registrar um Boletim de Ocorrência, para então o caso ser encaminhado. “A mulher tem que estar sendo ameaçada de morte e não ter nenhum outro local para ficar abrigada. O período de permanência é provisório. Uma situação é diferente da outra, sendo que o tempo de permanência na casa varia de quatro a seis meses”, esclareceu.  
Fabiana Soares disse que a assistência é completa em todos os aspectos. A partir do momento em que a pessoa chega aqui, ela recebe toda a orientação jurídica, sobre como e onde solicitar pensão alimentícia, como requisitar os benefícios de projetos sociais. “Toda a proteção à pessoa é assumida aqui”, relata a coordenadora da unidade. “Realizamos também o encaminhamento às unidades de saúde, sempre que necessário, assim como às clínicas odontológicas”. 

Por quase seis meses, C.A., de 35 anos, está na Casa de Amparo. O sigilo do bairro onde a unidade está instalada, assim como o apoio dos profissionais, é um dos requisitos para garantia da segurança da assistida. Neste caso, ela conta que por mais de dois anos foi mantida em cativeiro pelo companheiro, sofrendo agressões tanto físicas como verbais. “Eu fiquei por mais de dois anos com essa pessoa e as agressões eram constantes. A situação foi se agravando e, a partir daí, resolvi prestar queixa. Eu o deixei e vim pra cá. Meus filhos ficaram com meu ex-marido em Rosário Oeste. Estou fazendo um curso profissionalizante de Agente de Produção. Com essa ajuda que estou tendo aqui na Casa de Amparo tenho certeza que vou arrumar um emprego e poder me manter sozinha, eu com os meus filhos. Se Deus quiser, vou vencer”, comentou. 
Na unidade também é possível participar de diversas oficinas, muitas vezes ofertadas por mulheres que já receberam atendimento e atuam como voluntárias, já que a Casa de Amparo possui espaço adequado para a laborterapia. A Casa de Amparo ainda oferece um ambiente de apoio pedagógico, com materiais didáticos e videoteca.
O trabalho realizado é feito em parceria com o Poder Judiciário, Defensoria Pública, Promotorias e Delegacias Especializadas no combate aos crimes contra Mulheres.