Cuiabá está entre as capitais brasileiras que obtiveram redução de 36,9% no número de homicídios no período de 2007 a 2017, conforme estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública e publicado no Atlas da Violência 2019 – Municípios Brasileiros.
Essa redução na capital mato-grossense é observada em outro período pesquisado no estudo do Ipea, que vai de 2012 a 2017, com 37,5% a menos de mortes, seguido do biênio 2016-2017, com 26,2%, a segunda melhor redução do período no número de homicídios entre as capitais brasileiras.
A publicação traça o perfil das capitais de todas as unidades da federação e traz ainda os números de cidades com mais de 100 mil habitantes.
“Essa redução é fruto do trabalho da área de segurança, das políticas que estão sendo desenvolvidas com análise criminal, a atuação preponderante do serviço de operações, tanto da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar, e a participação da sociedade também. Mas mesmo assim não estamos felizes, queríamos que essa redução fosse maior ainda. A gente acredita que tem condições de melhorar e esse é o trabalho que estamos fazendo”, enfatiza o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante.
Na contramão das reduções, as capitais que apresentaram os maiores aumentos nos crimes de homicídios dos últimos dez anos são Rio Branco (157,4%), Fortaleza (120,1%), Aracaju (110,3%) e Belém (101,1%).
O Atlas da Violência também analisou o índice criminal nos municípios com população estimada superior a 100 mil habitantes. A média nacional é de 30,7% de mortes. Em Mato Grosso, os municípios de Cuiabá e Várzea Grande se mantiveram dentro da média com 28,8% e 29,9%, respectivamente.
Segundo o Ipea, houve diminuição das mortes em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde há uma boa organização policial e a solução de homicídios é maior do que no resto do país.
“Quando essas políticas são feitas e concatenadas com a política de qualificação do trabalho policial, com inteligência e boa investigação, se consegue, a curto prazo, diminuir os homicídios no país”, afirma o coordenador do estudo, Daniel Cerqueira.
As reduções criminais apresentadas pelo Ipea demonstram semelhança aos dados mapeados pelo setor de Estatística e Análise Criminal da Sesp, pois ambos demonstram reduções. Contudo, a base de análise dos índices criminais do Atlas da Violência e do setor de Estatística da Secretaria de Segurança Pública são divergentes, pois o Ipea considera no levantamento sobre homicídios a soma de homicídios mais homicídios ocultos (mortes violentas por causa indeterminada, como por exemplo mortes por afogamento, acidentes de trânsito). Já a Sesp baseia o registro na natureza criminal (tipificação legal pela unidade de apuração).
Mais ações
Nos seis primeiros meses do ano, as forças de segurança deflagraram 42 operações integradas em 101 municípios do Estado. As ações fazem parte do planejamento estratégico da Sesp, por meio da adjunta de Integração Operacional (Saiop) para o enfrentamento aos principais índices criminais: homicídio, roubo e furto.
De janeiro a junho, foram presos 385 autores de delitos criminais em todo o Estado e realizadas 136 buscas e apreensões. Do total de prisões, 336 foram em flagrante delito. As atividades policiais recuperaram 132 veículos, fruto de roubo ou furto, e abordaram quase 14 mil pessoas e 5.709 veículos. Estas ações repressivas tiraram de circulação 68 armas de fogo e apreenderam pouco mais de 51 quilos de drogas.
“Vamos continuar essa integração de forma muito forte, focando nos principais delitos e áreas de risco. A análise criminal consegue identificar áreas com o potencial de risco, onde estão acontecendo exatamente roubos e furtos, e aumentamos a prevenção naquele local. Outro ponto importante é a área de prevenção. Quando a gente consegue fazer uma boa prevenção a gente consegue evitar que o crime aconteça”, destaca Bustamante.
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