Muitos empresários, como donos de restaurantes, bares, pizzarias e outros do ramo de prestação de serviços, estão empenhados em cumprir todas as determinações do Poder Público e as orientações de biossegurança das autoridades sanitárias. No entanto, alguns ainda se sentem desconfortáveis em cobrar certas medidas dos clientes, o que os leva a preferir a presença da fiscalização, que em Cuiabá é feita pelos agentes de regulação e fiscalização da Secretaria de Ordem Pública, dos agentes de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana e da Polícia Militar.
“De acordo com as nossas práticas fiscais, nós percebemos que os empresários até preferem que as equipes de fiscalização, da Polícia Militar e da Semob vão ao local, passem as devidas orientações, notificações a princípios para os clientes, para o comércio em geral porque os próprios donos têm medo de abordarem o cliente, passarem a informação de biossegurança e de horário com medo de perder o cliente, deles procurarem outro local que fica aberto, enfim, por razões econômicas preferem que até mesmo o Poder Público faça esse papel de, no primeiro momento, orientação, e depois, lavrar auto de infração tanto pra pessoa jurídica, como pra pessoa física”, afirma o gerente de fiscalização Rafael Mestre.
O gerente de bar e restaurante, Cristiano Figueiredo, reconhece a importância dos fiscais em exercerem o papel de verificar se os decretos municipais, que preveem medidas emergenciais e temporárias de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus, estão sendo adotados. “Ajuda sim até pra gente quando for fazer o fechamento do estabelecimento os clientes verem que tem fiscalização, que tem lei que a gente tem que cumprir”, diz.
Mas ele também aponta que alguns pedidos são incompatíveis com a realidade, por exemplo, pedir que as pessoas utilizem máscaras quando estão sentadas, pois é quando elas estão comendo e bebendo. “Eu já fui bem sincero pro fiscal e falei pra ele que dessa forma é muito difícil trabalhar. A gente exige, quando eles vão ao banheiro ou ao caixa, que eles usem máscara para não ter contato com outras pessoas, mas, na mesa é bem complicado. Eu acho que quando ele está sentado na mesa dele com sua família, um grupo de amigos, eles têm que ficar a vontade, pelo menos isso, né?”, avalia o gerente.
Seguindo a maioria das medidas de biossegurança previstas no Decreto nº 8.020, no estabelecimento que gerencia, Cristiano implantou a medição de temperatura corporal e higienização das mãos na entrada, controle do fluxo de entrada conforme a capacidade permitida do local, dentre outros. “Uma hora antes de fechar o estabelecimento, a gente já fecha a cozinha e não deixa ninguém mais entrar no bar e, 40 minutos antes, a gente já vai fechando o bar, iniciando o fechamento do estabelecimento”, conta. Para o comerciante, ainda vai levar um tempo para tudo voltar ao normal. “Eu acho que em mais uns dois meses já normaliza bem, mas, vai muito de cada pessoa, da consciência de cada cidadão”, conclui.