O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), reconhecido por sua pioneira e exemplar atuação na certificação e monitoramento do transporte inter-estadual de madeira, pode ser um fator-chave para transformar Cuiabá em um hub de exportação de madeira.
Funcionários dessa instituição estadual recentemente ajudaram técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a inspecionar um carregamento de 26 toneladas de madeira das espécies jatobá e muiracatiara, avaliadas em R$ 295 mil. Essas madeiras, que estão atualmente no Porto Seco, localizado no Distrito Industrial, estão destinadas aos Estados Unidos (EUA), onde serão usadas para a fabricação de pisos.
Por meio dessa colaboração, os fiscais do Indea estão ajudando o Ibama a avaliar a documentação e a carga para garantir que elas estejam em conformidade com as normas que regulam a exportação de madeira. Este suporte ao Ibama é uma iniciativa inovadora que irá orientar a agência federal nas futuras atividades de exportação de madeira de Mato Grosso.
“O Ibama é o responsável pela fiscalização da madeira destinada à exportação, e nossa função aqui é prestar apoio, de modo que os colegas do Instituto tenham mais segurança através da atividade de identificação e fiscalização da carga de madeira, algo que fazemos com excelência há anos”, explica Artur Luciano Venturi, coordenador de Defesa e Tecnologia Florestal do Indea.
Venturi acrescenta que, com a aprovação do Ibama para a exportação da madeira armazenada lá, e com a assistência do Indea, Cuiabá poderia se tornar uma opção de terminal de exportação para a madeira produzida no estado, destinada a outros países. Atualmente, os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) são os preferidos dos madeireiros de Mato Grosso para despacho e envio de cargas para outros países devido à sua proximidade.
“No entanto, esses portos levam meses para liberar a carga, e essa demora acarreta custos consideráveis com taxas de armazenamento, além do fato de estarmos lidando com um produto perecível”, aponta Venturi.
Depois de passar pela análise no Porto Seco de Cuiabá e obter a liberação da carga pelo Ibama, as 26 toneladas de madeira serão enviadas a um porto marítimo para transporte aos EUA, eliminando a necessidade de longos períodos de espera atualmente comuns.