A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Segurança Pública (Semob.Segp), tornou-se parceira do Programa de Responsabilização sobre Trânsito, instituído pela Secretaria de Justiça do Estado de Mato Grosso. O programa é focado em reeducar condutores que cometeram crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro, com destaque para a infração de embriaguez ao volante (Artigo 306).
A primeira reunião do programa foi realizada na segunda-feira (1), na Central Integrada de Alternativas Penais (CIAP), em Cuiabá, com a participação de nove condutores. O encontro foi conduzido pela equipe de Educação para o Trânsito da Semob.Segp. O objetivo central é promover reflexão crítica e a mudança de comportamento entre pessoas que cumprem penas alternativas por delitos de trânsito, fortalecendo a cultura de paz e a responsabilização consciente.
O Programa de Responsabilização será desenvolvido ao longo de cinco semanas, totalizando dez horas de atividades em formato de roda de conversa. A iniciativa conta com apoio do Tribunal de Justiça (TJMT), Ministério Público, Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) e Detran/MT.
A metodologia prevê temas sequenciais, que vão desde a desmistificação da Lei Seca até a construção de projetos de vida focados na redução da reincidência. Os conteúdos programados incluem: “Desvendando a Lei Seca e seus Impactos”, “Fatores de Risco e Comportamento Seguro no Trânsito”, “Empatia, Vítimas e Histórias de Vida”, “Construindo um Novo Caminho: Projeto de Vida e Prevenção à Reincidência” e uma “Ação em Campo: Pit Stop Educativo”.
Marcel Lopes, coordenador de Operações Integradas da Semob.Segp, ressaltou que o consumo de álcool é uma das principais causas evitáveis de mortes e lesões no trânsito. Ele chamou a atenção para o risco de reincidência, que pode estar associado à dependência alcoólica, exigindo uma resposta que vá além da punição formal e busque reeducação e apoio.
A supervisora de Educação para o Trânsito da Semob, Luciana Melo, destacou a importância da reflexão profunda em casos de danos irreversíveis, como a perda de vidas, questionando: “Como refletir quando tiramos a vida de alguém? Que não posso colocar a minha vida e dos outros em risco. Temos que pensar o que estou fazendo com a minha vida, que é única”. O supervisor Marcus Garé concluiu que o programa é essencial para a reintegração social e a redução da reincidência, mostrando que o papel do poder público não se resume apenas à aplicação de penalidades.
