Um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil de saneamento básico, divulgado nesta semana, mostrou que Cuiabá ocupa o 5º lugar entre os dez municípios com os maiores índices de perda na distribuição de água no país. De acordo com o estudo, cerca de 65,89% do consumo de água na capital é desperdiçado em vazamento e furto, o famoso “gato”. Em nível estadual, Mato Grosso registra 33% de perda na distribuição de água.
De acordo com a concessionária Águas Cuiabá, o estudo leva em consideração todo tipo de consumo, inclusive o utilizado pelo Corpo de Bombeiros para o combate de incêndios e pela prefeitura de Cuiabá.
O desperdício custou o equivalente a R$ 11,3 bilhões para o Brasil, valor superior ao total de recursos investidos em água e esgoto no país. Em 2017 o valor registrado foi de R$ 11 bilhões. O estudo mostrou ainda que 81% das grandes cidades têm perdas na distribuição superiores a 30%. Segundo o instituto, esse volume desperdiçado seria suficiente para abastecer 30% da população brasileira durante um ano.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, para cada 100 litros de água tratada e pronta para ser distribuída, 38 litros são desperdiçados devido aos vazamentos, furtos, erros de leitura dos hidrômetros e demais problemas.
De acordo com o gerente operacional da concessionária Águas Cuiabá, Paulo Mario Cardoso, o estudo é autodeclaratório, ou seja, as empresas de saneamento é que preenchem os dados e isso pode alterar o resultado do ranking. “Nem todo mundo preenche e nem sempre colocam a informação correta. Sabemos que muitas empresas possuem ações na bolsa de valores e a declaração de um alto índice de perda acarretaria na desvalorização da empresa. Cuiabá aparece na 5ª colocação, mas pode ser que esteja em outra colocação”, afirma.
Segundo o gerente, atualmente existem 111 áreas de invasão na capital. “O número de fraudes é altíssimo, é complicado porque aumentamos a produção, mas as perdas também aumentam. Cuiabá hoje produz o equivalente para abastecer duas cidades. A meta é que até 2025 nós tenhamos apenas 30% de perda”, conclui.