Cuiabá abandona promessa de Guarda Municipal armada após decisão do STF

Prefeito alega inviabilidade orçamentária e risco de conflito com outras polícias após equiparação das guardas como forças de segurança.

Fonte: CENÁRIOMT

Cuiabá abandona promessa de Guarda Municipal armada após decisão do STF
Cuiabá abandona promessa de Guarda Municipal armada após decisão do STF

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou nesta segunda-feira (7) a revogação de uma de suas principais promessas de campanha: a criação de uma Guarda Municipal armada para atuar na segurança de espaços públicos da capital. Segundo o gestor, a decisão foi motivada por uma recente mudança no entendimento jurídico do Supremo Tribunal Federal (STF), que passou a reconhecer as guardas municipais como forças policiais.

De acordo com Brunini, a equiparação das guardas municipais às polícias Civil e Militar torna o projeto impraticável do ponto de vista financeiro, legal e institucional.

“Uma polícia municipal demanda uma estrutura policial completa, com formação e infraestrutura específicas, gerando custos que excedem o previsto em nosso orçamento”, justificou o prefeito.

O prefeito também levantou a preocupação de que a atuação de uma força de segurança armada sob a responsabilidade do município poderia gerar conflitos de competência com as polícias já existentes, além de infringir o pacto federativo. “Acabaríamos competindo com o Estado, e surgiriam sérios problemas jurídicos, como a definição clara dos limites de atuação da polícia municipal em relação às demais corporações”, acrescentou.

Diante desse novo cenário jurídico, o prefeito informou que a administração municipal direcionará seus investimentos para a contratação de vigilantes patrimoniais, com o objetivo de reforçar a segurança em escolas, postos de saúde e outros espaços públicos da cidade.

A decisão do STF mencionada pelo prefeito possui repercussão geral, o que significa que deve ser seguida por todas as instâncias do Poder Judiciário. A Corte reconheceu a legitimidade das guardas municipais para atuarem no policiamento ostensivo e preventivo, com o uso progressivo da força, desde que respeitem as competências das demais forças de segurança e atuem sob a supervisão do Ministério Público.

Embora a legislação federal já permitisse essa atuação desde a promulgação do Estatuto Geral das Guardas Municipais em 2014 (Lei 13.022/2014), o recente julgamento do STF reforça o entendimento de que essas corporações podem integrar o sistema de segurança pública como qualquer outra força policial. Essa nova interpretação, na avaliação do prefeito, alterou significativamente o planejamento inicial para a implantação da guarda municipal armada em Cuiabá.

Sou Dayelle Ribeiro, redatora do portal CenárioMT, onde compartilho diariamente as principais notícias que agitam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Com um olhar atento para os eventos locais, meu objetivo é informar e conectar as pessoas com o que acontece em suas cidades. Acredito no poder da informação como ferramenta de transformação e estou sempre em busca de trazer conteúdo relevante e atualizado para nossos leitores. Vamos juntos explorar as histórias que moldam nosso estado!