Covid-19 x automedicação, uma combinação que pode trazer sérios danos à saúde, afirma médico luverdense

Fonte: Cenário MT/ João Ricardo

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Fazer uso indiscriminado de medicamentos para prevenir o contágio ou tratar os sintomas da Covid-19, o novo coronavírus, pode trazer sérias complicações para a saúde. De fato, diante do aumento significativo nos casos confirmados de contaminação e até óbitos relacionados à pandemia, muitas pessoas querem de todas as formas, ficar imunes ao tão temido vírus (ao passo que ainda não há vacina que para controlar a pandemia), porém, em muitos casos, sem orientações médicas.

Assim como em praticamente todo o país, muitos luverdenses estão procurando por conta própria as farmácias e drogarias para fazer a aquisição de medicamentos.

De acordo com o Médico Cardiologista, Fábio Argenta, a administração de determinados medicamentos, sem o devido acompanhamento e cuidados podem trazer sérios danos à saúde.

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Fábio Argenta, Medico Cardiologista (Conselheiro do CRM/MT)

“A profilaxia, ou seja, o uso de medicação para o indivíduo que não tem sintomas ou não está comprovadamente com o vírus da Covid-19, não se tem nenhuma recomendação medicamentosa para tal. Ou seja, nada de comprovação científica que algum remédio usado para fins profiláticos vá fazer qualquer diferença, pelo contrário, a automedicação nesse momento em que o indivíduo não tem sintomas e não tem a Covid-19, pode ser prejudicial, principalmente em pessoas que já usam medicações para outras doenças”, alerta o médico.

Um dos grandes problemas da automedicação é a superdosagem de remédios, ou seja, sem a prescrição médica, a pessoa acaba tomando doses exageradas de certos medicamentos.

Argenta ressalta que para prevenir o contágio pelo novo coronavírus e desacelerar a pandemia, são válidas as regras de isolamento social para quem está com sintomas, distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel 70% e higienização das mãos com água e sabão.

A Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde está distribuindo nas unidades de saúde o Kit Covid-19 para os pacientes confirmados ou com suspeita para a doença, conforme protocolo do Ministério da Saúde, publicado no dia 20 de maio. Os kits são montados levando em consideração as prescrições feitas pelo médico e o consentimento do próprio paciente, bem como considerando ainda as morbidades, ou seja, doenças que podem estar associadas ou até mesmo a idade do paciente.

“De fato existem algumas medicações que demonstram, no que tange a tratamento, um benefício, mas que não tem aquele resultado científico que gostaríamos ainda”, salienta Argenta.

REMÉDIOS CASEIROS

Muito se ouve neste momento de pandemia, sobre as famosas receitas caseiras para prevenir o contágio pelo novo coronavirus (Covid-19). Os famosos chás de ervas com limão, alho e outras diversas plantas.

Porém, de acordo com o médico Fábio Argenta, não há uma prevenção com o uso desse tipo de receita, “quando são chás conhecidos, bons e consumidos sem exageros, por vezes vão ajudar a tranquilizar a pessoa, vão ajudar a melhorar a digestão, entre outras coisas, o que acaba sendo bom nesse aspecto. Ainda mais em tempos aonde estamos todos angustiados e preocupados, pois Mato Grosso está no epicentro da epidemia. Então, alguns chás acaba até por vezes, ajudando a dormir melhor. Mas sem exageros, sabendo que coisas naturais não irão estar prevenindo a Covid-19”, explica Argenta.

GRUPO DE RISCO

Alguns grupos de pessoas estão mais suscetíveis a complicações e até mesmo a vir a óbito por Covid-19, entre elas os idosos e pessoas com alguma doença pré-existente.

“Geralmente são indivíduos cardiopatas, pneumopatas, diabéticos. Quando essas doenças estão fora de controle no indivíduo, é ai que está o grande problema e onde a Covid-19 entra fazendo um estrago maior. E também, no idosa frágil, que fica mais acamado. Então a Covid, estamos vendo que é uma doença que agrava mais o doente, ou seja, aquele está obeso, sedentário, com doença de base não controlada ou no indivíduo idoso frágil”.

Além disso, reforça o médico, estamos no período de estiagem e com o tempo seco e muita poeira, diversos problemas respiratórios surgem e alguns sintomas se assemelham à doença Covid-19.

“Nem tudo é Covid-19. Clima seco, baixa umidade no ar são agravantes. Aí vem resfriado comum, Influenza, tem a dengue e várias outras doenças que estão tramitando juntas, e que por vezes, tem que fazer um diagnóstico correto diferenciado. Daí entra mais uma vez, a orientação médica, principalmente daquele médico de confiança que já sabe do seu histórico, porque vai ser muito mais fácil para ele fazer o diagnóstico correto, pois não vai se confundir com doenças”, salientou.

O médico finaliza reforçando que “fazer atividades físicas regulares, respeitando as medidas de segurança sanitárias, cuidar da alimentação para que seja de forma adequada e a ingestão de liquido ( 2 a 3 litros por dia), além de usar umidificador de ar nos ambientes, são fatores que auxiliarão em uma boa saúde. Cada um deve fazer a sua parte, nesta pandemia, toda sociedade é responsável em fazer o isolamento social e respeitar as autoridades sanitárias, são as melhores armas que temos nesse momento, no que tange a profilaxia, no que tange a evitar o vírus já que não se tem nada de comprovado (medicamento) que possa ser usado para o combate do vírus no momento, a não ser a vacina que está para sair no mundo em meados de outubro ou novembro”, concluiu Argenta.